Um dos recursos utilizados pelas escolas para trabalhar a relação entre as crianças é a psicomotricidade relacional, um braço da educação física associado à psicologia, criada na década de 1970 por Anne e André Lapierre e trazida ao Brasil por Leopoldo Vieira. 

“Essa é uma abordagem que auxilia as crianças nos aspectos sociais, cognitivos e comportamentais, por meio da brincadeira e do jogo simbólico”, explica a educadora física e psicomotricista Fernanda Fernandes. 

Professora do Peixinho Dourado Berçário e Educação Infantil, ela tem observado vários ganhos no desenvolvimento de crianças de 0 a 6 anos com esse método, por meio da aceitação de limites, do ajuste positivo da agressividade, elevação da autoconfiança, aprimoramento das potencialidades individuais e do desenvolvimento da afetividade nos relacionamentos.

Nas sessões semanais, são utilizados bolas, arcos, bastões, cordas, tecidos e caixas, sendo que cada material tem seu significado e um objetivo. “Tivemos um caso de criança agressiva com os coleguinhas, e pudemos ajudá-lo enfocando o positivo, aquilo que ele sabe fazer bem. Isso permitiu que ele se sentisse capaz e amado. A forma negativa de chamar atenção ficou em segundo plano e ele foi inserido no grupo: passou a ensinar os outros a subir, escalar, amarrar pontas…usar sua energia em coisas boas.”

A profissional conta que tudo que se trabalha corporalmente está ligado ao nosso emocional. “As crianças trazem muitas questões emocionais e de aprendizagem que estão interligadas. Por exemplo: se ela tem dificuldade para escrever, em geral tem  também pouco equilíbrio e coordenação motora”, analisa Fernanda.

Com o apoio da escola, as crianças podem se desenvolver plenamente e trabalhar cada interação da melhor forma.