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Foto de Daniel Sorrentino

Um breve relato da experiência da minha família no evento Mish Mash, na última noite de Festival de Teatro de Curitiba

Convenço o marido a me acompanhar com as crianças a um show de circo – vai ficar tarde, melhor você vir. Obviamente omito a distância, o local fica a 20 bairros de casa e ele prefere nem pegar o elevador no fim de semana.
As crianças não precisaram de nem meio segundo para topar: circo? vamos.
Chegando lá, só estranharam o chique espelho de água no lugar da lona, mas é preciso mudar para que tudo fique como está. Circo agora é pop.
Assim que entramos nos demos conta de que o “terceiro sinal” nesse caso significa “sem mesa para sentar”, tinha que chegar mais cedo. Paciência, nada que cadeiras em fila indiana não resolvam. Lanchinho? Ufa, trouxe vagem branqueada, sai mais em conta que os dadinhos de tapioca à venda.
Minha filha só tem olhos para a acrobacia em tecidos, coragem nas alturas, malha cor neon, pose sobre algodão, como eles fazem isso?
O piá está em estado de graça: malabarismo com 5 bolas de futebol? Ele conclui que o mais dedicado é o contorcionista, que dá nó em si mesmo (dói só de olhar).
Sandrinha de Feira de Santana, que mulher! Ela conta a história de sua vida fazendo piruetas sobre a própria cadeira de rodas, e enquanto roda no malabarismo aéreo acomoda as pernas atrofiadas.
De repente, holofotes em nós? Eram para os palhaços encarapitados acima de nossas cabeças, fazendo seu show de condução de plateia.
Na volta, o pequeno quer saber se o voluntário do show de mágica era mesmo um desconhecido ou tinham combinado tudo antes. Nasce um produtor cultural, ali no nosso carro. Orgulho da mamãe. Enquanto isso o marido segue ao meu lado, extasiado com Puccini e Villa-Lobos tocado em tubos de PVC.
Como o mundo pode ser tão divertido por 3 horas? Difícil é encarar a segunda-feira depois dessa.