Athletico vence clássico com gol no fim e fica por cima. Coritiba cai na tabela e se aproxima da ZR

Coxa soma 24 finalizações no jogo contra 10 do adversário, mas vacila no fim e acaba vendo os athleticanos (sor)rirem por último

Rodolfo Luis Kowalski

Robson Mafra - Khellven comemora: pressionado a maior parte do jogo

O Athletiba disputado neste domingo (19 de junho) no Couto Pereira reservou fortes emoções para as duas principais torcidas da capital paranaense, com enorme decepção para os alviverdes e o êxtase para os rubro-negros. Num clássico frenético, disputado com torcida única, o Coritiba foi superior a maior parte do tempo, criou numerosas chances de gol e chegou a ter um tento (corretamente) anulado pela arbitragem. Não conseguiu abrir o placar e acabou castigado já no final do jogo pelo Athletico, que teve paciência para fazer valer uma das máximas mais conhecidas do futebol: quem não faz, toma. 

Já nos minutos finais do confronto, aos 42 do segundo tempo, o lateral coxa-branca Diego Porfírio foi expulso após tomar o segundo cartão amarelo ao cometer falta em cima de Vitor Roque num contra-ataque. Com a vantagem numérica, o Athletico se lançou para frente e encontrou um pênalti já nos acréscimos para garantir a vitória. Depois de uma bola cruzada na área, o jovem Rafael William (que até então fazia um bom jogo na vaga de Alex Muralha, que nem relacionado foi para o confronto) foi afastar o perigo e acabou ‘golpeando’ Vitor Roque (de novo ele, infernizando a vida do adversário). Pênalti assinalado com o auxílio do VAR (árbitro de vídeo) e convertido com categoria por Khellven, que mandou a bola para um lado e viu o goleiro pular para o outro.

Com a vitória fora de casa no clássico, o Furacão agora soma 21 pontos em 13 jogos no Brasileirão, aparecendo na 3ª colocação. A equipe não perde há nove jogos na temporada (com seis partidas de invencibilidade no campeonato nacional) e terá pela frente um confronto pela Copa do Brasil, na quarta-feira, contra o Bahia na Arena Fonte Nova.

O Coxa, por sua vez, estaciona nos 15 pontos e lamenta o quinto jogo seguido sem vitória, acumulando ainda três derrotas consecutivas (contra Palmeiras, Bragantino e agora Athletico). Em 15º lugar, o time já se aproxima perigosamente da zona de rebaixamento, estando apenas um ponte na frente do Atlético-GO, 17º lugar. O próximo desafio da equipe de Morínigo será na sexta-feira, contra o Internacional no Beira-Rio.

LEIA MAIS SOBRE A PARTIDA: 

ATUAÇÕES DO COXA: Thonny Anderson e Igor Paixão se destacam no clássico, mas falta de pontaria compromete boa exibição do Coxa. Confira as atuações do Coxa

ATUAÇÕES DO ATHLETICO: Vitor Roque muda destino do Athletiba em pleno Couto Pereira. Confira as atuações do Athletico

PÓS-JOGO DO COXA: Arbitragem no clássico revolta técnico e jogadores do Coritiba; Morínigo diz que sentimento no clube é ‘de tristeza’

PÓS-JOGO DO ATHLETICO: Felipão reconhece que Coritiba foi superior, mas exalta espírito do Athletico

HISTÓRICO

Este foi o 352° Athletiba da história, com o Furacão somando sua 113ª vitória no clássico paranaense. O Coxa tem 136 triunfos e as equipes ainda empataram em 103 ocasiões. Pelo Brasileirão, contudo, a última vez em que o Athletico havia vencido o seu maior rival na condição de visitante havia sido em 15 de outubro de 2005, por 2 a 1. Desde então, haviam sido disputados nove partidas com o time alviverde como mandante, com três empates e seis vitórias para o Coritiba.

TORCIDA ÚNICA

O clássico deste domingo aconteceu com torcida única no Couto Pereira. Ou seja, apenas os torcedores alviverdes puderam acompanhar a partida in loco. A decisão foi tomada a partir de um pedido dos próprios clubes, com apoio da Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Eventos (Demafe), do Ministério Público Estadual do Paraná (MPPR) e da Polícia Militar do Paraná (PMPR).

No final de semana passado, houve confusão do lado de fora do estádio coxa-branca durante a partida entre Coritiba e Palmeiras, numa situação que chegou a obrigar a paralisação do jogo por conta dos efeitos do gás de pimenta utilizado por policiais para conter um confronto entre as torcidas organizadas Império Alviverde, do Coxa, e Mancha Alviverde, do Palmeiras. Um torcedor que estava no local passou mal e faleceu no começo da semana, após ser hospitalizado.

ESCALAÇÃO DO CORITIBA

O Coritiba entrou em campo com oito mudanças em relação ao time que começou a partida contra o Bragantino, no meio de semana. A principal novidade foi no gol, com o jovem Rafael William entrando no lugar de Alex Muralha, que nem foi relacionado para a partida por opção da comissão técnica (em decisão tomada em conjunto com a diretoria). Na defesa, o lateral-direito Matheus Alexandre e o zagueiro Henrique substituíram Natanael e Guillermo. No meio, o volante Bernardo Lemes e o meia Régis foram preteridos por Willian Farias e Thonny Anderson. E no ataque, Alef Manga, Igor Paixão e Adrián Martínez voltaram ao onze inicial nas vagas de Fabrício Daniel, Neilton e Clayton.

ESCALAÇÃO DO ATHLETICO

Do lado do Athletico, Felipão teve de lidar com os desfalques do lateral-esquerdo Abner e do volante Hugo Moura, suspensos. Com isso, Pedrinho e Erick ganharam condição de titulares. Ademais, o treinador rubro-negro também optou por sacar o meio-campista Matheus Fernandes do onze inicial, dando uma chance para o uruguaio Pablo Siles, que não entrava em campo desde 22 de maio, quando atuou na reta final da partida contra o Caracas, pela Libertadores.

PRIMEIRO TEMPO

O primeiro tempo foi frenético na Arena da Baixada. Embora os dois times tenham tido chance de gol, a superioridade coxa-branca foi evidente, como inclusive mostram as estatísticas: nos primeiros 45 minutos o Coritiba somou 64% da posse de bola, arriscou 18 finalizações e teve seis escanteios, enquanto o Athletico teve quatro finalizações e apenas um escanteio.

A primeira chance clara do Coritiba surgiu aos 16 minutos, quando Adrián Martínez ficou cara a cara com o goleiro Bento, que saiu corajosamente da meta para fazer a defesa. O Furacão respondeu aos 21, quando Pablo criou boa jogada e um chute à queima roupa de Cuello testou o reflexo (e também a sorte) de Rafael William. Já aos 36, os donos da casa finalmente balançaram a rede após duas finalizações de Alef Manga, mas a arbitragem assinalou, corretamente, um impdimento do atacante coxa-branca no lance.

SUBSTITUIÇÕES

A primeira substituição do Furacão veio ainda na etapa inicial, com Marcelo Cirino, lesionado, deixando o campo para a entrada de Léo Cittadini. Aos 13 minutos da segunda etapa, foi vez de Felipão apostar nas entradas dos atacantes Vitor Roque e Matheus Babi nos lugares de Pablo e David Terans. Nos acréscimos – e com o Furacão tendo um jogador a mais em campo -, foi vez de apostar no meia Vitor Bueno na vaga do volante Pablo Siles.

No Coritiba, as substituições ficaram já para a reta final da partida. A primeira aconteceu aos 29, com Léo Gamalho substituindo Thonny Anderson, que sofreu uma pancada. Aos 42, o lateral-esquerdo Guilherme Biro substituiu Adrián Martínez, após a expulsão de Diego Porfírio. E aos 46 foi a vez de Warley entrar no lugar de Alef Manga.

SEGUNDO TEMPO

A segunda etapa começou com um cenário igual ao do primeiro tempo, com o Athletico só se defendendo e o Coxa pressionando em busca do gol, mas pecando na pontaria. No entanto, o Athletico foi conseguindo encaixar a marcação aos poucos (e especialmente após as primeiras substituições na etapa final). Dessa forma, o Coritiba já não teve a mesma facilidade para chegar na área e arrematar contra o gol do adversário.

Quando a partida já se encaminhava para o seu final, aos 41 minutos, Diego Porfírio cometeu falta em Vitor Roque num contra-ataque. Como já havia sido advertido anteriormente com cartão amarelo, após discussão com Pablo, o lateral coxa-branca acabou expulso de campo. 

O Athletico então foi para cima e conseguiu um pênalti já nos acréscimos da partida, após o goleiro Rafael William disputar uma bola pelo alto com atacante Vitor Roque e acabar ‘golpeando’ o rosto do adversário. O VAR foi acionado e auxiliou a arbitragem na marcação de um pênalti, que Khellven converteu aos 54 minutos do segundo tempo. 

No último lance, foi vez do Coxa colocar uma bola na área do adversário e ficar pedindo pênalti na disputa pela bola aérea entre Bento e Léo Gamalho. O árbitro, porém, apitou o final da partida, revoltando os jogadores alviverdes, que queriam a revisão do lance.

NUMEROS DO JOGO

O Coritiba terminou a partida tendo somado 61% da posse de bola, tendo trocado 300 passes (com precisão de 81%), somado 24 tentativas de finalização a gol (14 delas de dentro da área) e 12 escanteios a seu favor. O Athletico, por outro lado, teve 10 finalizações (metade de dentro da área) e apenas um escanteio a seu favor, além de ter trocado apenas 177 passes (com precisão de 70%).

FICHA TÉCNICA

Coritiba 0 x 1 Athletico

Coritiba: Rafael William; Matheus Alexandre, Henrique, Luciano Castán e Diego Porfírio; Willian Farias e Matías Galarza; Igor Paixão, Thonny Anderson (Léo Gamalho) e Alef Manga (Warley); Adrián Martínez (Guilherme Biro). Técnico: Gustavo Morínigo
Athletico: Bento; Khellven, Pedro Henrique, Nico Hernández e Pedrinho; Pablo Siles (Vitor Bueno) e Erick; Cuello, David Terans (Matheus Babi) e Marcelo Cirino (Léo Cittadini); Pablo (Vitor Roque). Técnico: Felipão
Gol: Khellven (54-2º)
Cartões amarelos: Pablo, Pablo Siles, Léo Cittadini, Pedro Henrique, Matheus Babi (A); Neílton, Diego Porfírio, Adrián Martínez (C)
Cartão vermelho: Diego Porfírio (41-2º), Warley (após o ápito final)
Árbitro: Luiz Flavio de Oliveira (SP)
Público: 22.609 pagantes (24.833 total)
Renda: R$ 380.615,00
Local: Estádio Couto Pereira, em Curitiba (PR), domingo (19/06) às 16 horas

PRINCIPAIS LANCES

Primeiro tempo

1 – Athletico cobra escanteio curto. A bola chega em David Terans, que chuta fechado e obriga a defesa em dois tempos de Rafael William.

2 – Contra-ataque para o Athletico. Cuello ganha na velocidade de Henrique e toca para Pablo, que chega batendo da entrada da área. O chute sai torto e a bola vai para fora.

4 – Cobrança de escanteio de Thonny Anderson. Igor Paixão sobe livre no meio da área e cabeceia por cima do gol.

5 – Lançamento de Pablo para Marcelo Cirino, que arranca com liberdade e tenta um toque por cobertura para vencer o goleiro, mas manda a bola para fora. A arbitragem assinala impedimento do atacante no lance também.

5 – Willian Farias fica com a bola na intermediária e arrisca um chute de muito longe, para fora e sem perigo.

16 – Matías Galarza chuta de fora da área. A bola desvia em Pedro Henrique e sobra para Adrián Martínez. Cara a cara com o goleiro, o atacante chuta e para em defesa corajosa de Bento. Na sobra, Igor Paixão chuta com o gol aberto e manda ao lado do gol.

20 – Igor Paixão desce pela direita, passa no meio de dois marcadores e toca para Thonny Anderson dentro da área. O meia-atacante domina e chuta forte, por cima do gol.

21 – Pablo aparece pela direita, próximo da linha de fundo, se livra do marcador e rola para Cuello chutar forte de dentro da área. Rafael William faz grande defesa no reflexo, com o peito, e evita o gol.

22 – Thonny Anderson ganha a disputa no corpo com Pablo Siles no meio de campo e enfia a bola para a corrida de Alef manga, nas costas da defesa. O atacante dispara, invade a área e chuta forte, buscando o canto mais próximo. Bento espalma.

31 – David Terans chuta forte de fora da área e manda por cima do gol.

33 – Bola lançada por Henrique para a área do Athletico. Adrián Martínez ajeita de peito para Alef Manga arrematar de voleio de dentro da área. O chute passa por cima do gol.

36 – Gol do Coritiba… mas não valeu. Adrián Martínez lança Alef Manga nas costas da defesa. O atacante chuta forte, para no goleiro Bento, mas a bola volta para ele, que na segunda tentativa balança a rede. O bandeira, porém, assinala impedimento que acabou confirmado pelo VAR.

45 – Cruzamento de Matheus Alexandre. Igor Paixão cabeceia e a bola desvia nas costas de Pedro Henrique, que salva o gol após a bola passar perigosamente ao lado da meta.

Segundo tempo

5 – Cruzamento de Thonny Anderson e Luciano Castán desvia de cabeça. Bento afasta o perigo e na sobra Adrián Martínez chuta obrigando nova defesa do goleiro. Na sequência, porém, a arbitragem marca um impedimento no lance.

6 – Thonny Anderson aparece bem dentro da área e chuta firme. A bola desvia na zaga e passa por cima do gol.

10 – Cobrança de escanteio para o Coxa. O goleiro Bento afasta a bola batida fechada e no rebote Matiás Galarza chuta de fora da área, por cima do gol.

29 – Galarza aciona Alef Manga, que aparece bem pela direita, invade a área e cruza rasteiro, para trás. A bola passa por Adrián Martínez e sobra na segunda trave para Igor Paixão, que chuta por cima do gol.

34 – Contra-ataque para o Athletico. A bola é cruzada de longe e encontra a cabeça de Vitor Roque dentro da área. Bem posicionado, Rafael William faz defesa segura.

37 – Igor Paixão recebe a bola pela direita, olha para a área e cruza na medida para Adrián Martínez, que cabeceia como manda o manual, para o chão. Bento se estica todo e faz grande defesa.

37 – Depois da cobrança de escanteio, a zaga afasta e Alef Manga arrisca o chute da entrada da área, mas manda torto, para fora.

41 – Diego Porfírio perde a bola para Vitor Roque na intermediária. O atacante avança contra a área alviverde e é agarrado por trás pelo lateral-esquerdo, que toma o segundo cartão amarelo e acaba expulso de campo.

44 – Pablo Siles avança pelo lado, perto da área, vê abrir o espaço e chuta fechado para o gol. A bola passa perto do travessão. Rafael William só pôde olhar e torcer para ela não entrar.

51 – Bola cruzada na área do Coxa. Rafael William sai da meta e dá um soco no atacante Vitor Roque, que disputava o cabeceio. VAR é acionado e assinala pênalti a favor do Furacão.

54 – Gol do Athletico! Khellven vai para cobrança penal, manda a bola para um lado e vê o goleiro pular para o outro.

55 – Bola cruzada para a área do Athletico. Léo Gamalho disputa e fica pedindo um pênalti, mas o árbitro decide encerrar a partida e revolta os jogadores do Coxa.