Pexels – A comunicação do amor é algo particular

Uns falam “eu te amo”, outros demonstram seu sentimento cozinhando ou quando, preparam uma surpresa, alguns escrevem músicas e poemas, ainda há aqueles que recebem e agradecem em silêncios ou abraços, beijos e manifestações de carinho e também, um grupo que não reconhece a comunicação do amor. 

Rô saiu do seu dilema (veja aqui a saga do desapego) se o que gostamos é do sentimento que temos pelo outro; se o que sentimos é legítimo e puro por si só. Disso, algumas pessoas do seu entorno levantaram a hipótese de que também nos apegamos ao que o outro sente por nós, e ainda, uma mistura disso tudo.

A partir dessa reflexão, Rô percebe que a comunicação do amor é algo particular. Do ponto de vista psicanalítico teórico, o amor pode ser a manifestação primária de  pulsão do desejo, algo físico manifestado, com ou sem origem sexual ou ainda, de forma bem superficial do pensamento lacaniano, o sentimento que pode representar a suplência, a ocupação do vazio.

O meu jeito, o seu jeito, o jeito do outro – Nem certo ou errado, nem bom ou mau. O fato é que demonstramos o amor de forma autoral. Geralmente calcado no repertório que construímos sobre o que é amor. Se para alguns amar é falar o dito cujo “eu te amo”, quando a outra parte não o faz, o vazio nunca é preenchido, mesmo que o par se manifeste por ações ou qualquer outra forma, que não a sua. Não há o reconhecimento legítimo quando interpretamos o amor pela nossa lente de reciprocidade.

Ao exigir do outro uma correspondência que mimetize a si mesmo, limitamos o potencial do amor. Isso porque reduzimos o sentimento, a sensação proporcionada ao que entendemos ser a demonstração desse afeto. E algo tão múltiplo como amar, deveria por lógica ser algo livremente interpretado, manifestado e sobretudo aprendido.

Há estudos da Neurociência que apontam o amor como apego, um vício, uma sucessão de memórias que ativam outras emoções. Em contrapartida, quem não recebeu amor na infância, teria por tese, inibições de demonstrar o sentimento, uma vez que nunca foi estimulado para tal. 

Luiza nunca ouviu seu pai dizer “eu te amo”. Justificou que esse era o seu jeito, porém nunca sentiu a falta das palavras, contudo, requer do parceiro que diga, ou então se sente isolada na troca. Então é verdade sua compreensão da atitude paterna?

Rô virou a página sobre seu dilema de amor e apego. Entende hoje que amor também é forma de comunicação, de compreender que cada um oferece o que aprendeu sobre esse sentimento. O amor também pode ser aprendido.

*Ronise Vilela é criativa de conteúdos de Comunicação Afetiva e Psicanalista Integrativa. Atende pacientes on-line com terapia que inclui escuta ativa, respiração consciente, Escrita Afetiva e meditação fácil.

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Essa coluna tem o apoio da Consonare – maior plataforma de Terapias Integrativas da América Latina.