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Luana Wandecy, CEO da Blindog Foto: @liahlafoto

Por Luana Wandecy, Innovators Under 35 e CEO da Blindog

Segundo a ABINPET, estima-se que existem um total de 167,6 milhões de pets no Brasil, sendo 67,8 milhões de cães e 33,6 milhões de gatos. Entretanto, embora o mercado pet tenha experimentado um crescimento notável ao longo dos anos, ainda é frequentemente percebido como pouco inovador em termos de tecnologia. Esta percepção pode ser atribuída a vários fatores, incluindo um ciclo de inovação mais lento, considerações regulatórias, ênfase na segurança alimentar e bem-estar animal, e uma tradição de foco em produtos físicos.

No entanto, à medida que a demanda por soluções tecnológicas cresce e as atitudes dos consumidores evoluem, o setor está respondendo com avanços significativos em monitoramento, saúde e interação com animais de estimação.

O ciclo de inovação no mercado pet muitas vezes é desacelerado devido a considerações regulatórias e à ênfase na segurança alimentar e bem-estar animal. A tradição de foco em produtos físicos e a percepção de que animais de estimação não necessitam de tecnologias avançadas também contribuem para essa visão. No entanto, à medida que a demanda por soluções tecnológicas cresce, o setor está introduzindo inovações notáveis em monitoramento, saúde e interação com animais de estimação.

Enquanto o setor trava a inovação interna, empresas fora do setor trazem soluções de seu mercado adaptadas para o segmento pet, que é o terceiro maior do mundo. Esses novos entrantes trazem consigo perspectivas e ideias inovadoras, impulsionando a competição e incentivando a evolução do setor. No entanto, esse movimento também apresenta desafios para as empresas estabelecidas, que precisam se adaptar rapidamente às mudanças.

Diversos mercados, como alimentação e nutrição, saúde, tecnologia, serviços online, moda e estilo de vida, estão apresentando soluções inovadoras no setor pet. Exemplos notáveis incluem a Amazon, que lançou uma linha de alimentos naturais para animais, a Google com o aplicativo Pet Finder e a Whistle, que desenvolveu um rastreador GPS para animais de estimação.

Empresas tradicionais no mercado pet enfrentam desafios significativos, como estruturas organizacionais rígidas, resistência à mudança e falta de conhecimento em novas tecnologias. No entanto, elas possuem vantagens, como uma base de clientes estabelecida.

A mudança nas preferências do consumidor é constante, e a receptividade a novas soluções inovadoras está em alta. O consumidor moderno busca ser pioneiro em tendências, e empresas devem estar atentas a esse dinamismo para manterem-se relevantes.

Para manter a competitividade em um cenário de inovação constante, é essencial adotar estratégias proativas, como fomentar uma cultura organizacional que valorize a inovação, estabelecer parcerias estratégicas e incorporar ativamente tecnologias emergentes.

Promover uma cultura interna que incentive a inovação requer liderança comprometida, valorização da diversidade de pensamento e reconhecimento de profissionais inovadores. A aprendizagem contínua e a aceitação de riscos são fundamentais nesse processo.

Transformar o mindset das empresas tradicionais requer uma abordagem estratégica abrangente, incluindo liderança comprometida, sensibilização, estabelecimento de metas claras, recompensas por inovação e promoção da colaboração.

A colaboração entre empresas do setor pet e de outros setores é uma maneira eficaz de impulsionar a inovação. Exemplos notáveis incluem parcerias entre Nestlé Purina e Qualcomm, bem como Mars Petcare e Kinship, que resultaram em produtos inovadores e aceleradoras de startups.

Incorporar uma mentalidade mais inovadora em suas operações requer ações práticas, como incentivo à liderança, colaboração interdepartamental, espaços para troca de ideias, programas de treinamento e feedback contínuo. Um ambiente que valorize o aprendizado contínuo e celebre sucessos inovadores é crucial.

Em um mercado em constante evolução, a inovação é a chave para o sucesso no setor pet. Empresas que adotam uma abordagem proativa e colaborativa estão mais bem posicionadas para atender às crescentes demandas dos proprietários de animais de estimação e moldar o futuro do mercado pet.

*Luana Wandecy é Innovators Under 35 e CEO da Blindog. É formada em engenharia de computação e mestrado em Inovação.