Infelizmente para todos nós, algumas empresas ou pessoas eventualmente não apresentam em seus comportamentos nenhum compromisso com a sociedade, agem como se o único valor fosse seu próprio benefício e como se não importasse o mundo que deixaremos após nossa passagem pelo planeta.
No entanto, na construção da imagem de uma marca e da própria organização, ou então de reputação em redes sociais, tentam criar uma “narrativa” de que assim agem. Em tempos de Fake News o discurso parece importar mais que a realidade, e declarar-se favorável à sustentabilidade, aos bons princípios de governança, às atitudes em prol do social e mostrar-se um “cidadão de bem” nem sempre significa necessariamente agir em conformidade com estes parâmetros.
Toda as relações humanas estão sendo revisitadas, e um certo sentimento de urgência em relação a medidas necessárias para a preservação da vida e uma certa moralidade pública exigem ações sustentáveis e compromisso real, não apenas narrativas.
Marketing é uma atividade necessária, serviços e comercio dele dependem para chegar aos potenciais clientes e mostrar suas qualidades e diferenciais de seus produtos. Embora mostrem sempre um lado mais interessante e bonito de cada item, não é algo que possa caber no rótulo de mentira quando realizado com seriedade e discernimento; o desejo de iludir o grande público, indesejável sempre, é criminoso quando se trata de política, de ações voltadas às crianças e a uma fatia menos esclarecida da comunidade.
Assim é essencial diferenciar o marketing político do marketing comercial; e a diferença parece estar nos comportamentos específicos que relatam ações concretas que correspondem à realidade, e tendo como norte os chamados ODS, ou seja os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que caso atendidos, podem representar uma mudança substancial na forma como temos vivido nossas vidas, tornando-as mais inclusivas e menos predadoras.
O comportamento real pela sustentabilidade fará diferença imensa também na imagem que uma empresa tem diante da comunidade, e no caso de organizações educacionais, impacta profundamente a captação de estudantes; ter orgulho do diploma e recomendar a escola faz toda a diferença na escolha da instituição. Confiar nas instituições traz confiança em nossas relações pessoais e trabalhistas, melhora o dia-a-dia e a própria autoestima.
Desenvolvimento social e econômico, defesa do meio ambiente, do patrimônio cultural e das manifestações artísticas, desenvolvimento de pesquisas, podem e devem ser atingidas com menos impacto nas perspectivas de futuro das próximas gerações, faltar com a verdade para adquirir reputações sem lastro, usar belas palavras vazias e disseminar Fake News traz ambientes hostis e promove agressões.
O país tem enfrentado problemas políticos, econômicos e sociais bastante significativos, e culturalmente nunca tivemos preparo adequado para este processo, entendermos uns aos outros tem sido cada vez mais complexo, e o excessivo clamor por armas e desprezo por minorias tem levado a imensos desentendimentos a territórios que julgávamos pacificados.
A falta de confiança entre empregadores e empregados dentro das organizações brasileiras, as agressividades contra mulheres e crianças, discussões por motivos fúteis tem levado à morte, e o conjunto destas ações não colaboram em nada para o aprimoramento da cidadania e comportamento republicano em nossa sociedade.
“A verdade vos libertará”, a afirmação bíblica é atual como nunca, precisamos da verdade pessoal, social, empresarial e política; sem ela e sem a busca por ela continuaremos a caminhar no escuro enganando inicialmente a nós mesmos.
Wanda Camargo – educadora e assessora da presidência do Complexo de Ensino Superior do Brasil – UniBrasil.