
Em 2016, Will Smith foi convencido pela mulher, Jada Pinkett-Smtih, a não aparecer no Oscar por causa da falta de negros indicados nas categorias de ator e atriz, tanto principais quanto coadjuvantes. Will Smith também ficou de fora do Oscar 2017, cujas indicações foram anunciadas na terça-feira (24). É pena, porque neste ano ele tinha um motivo para ter sido nominado: Beleza Oculta, filme que estreia nesta quinta-feira (26) em Curitiba.
Will Smith se consagrou como um ator em filmes nos quais seu personagem salva o mundo. Foi assim em Independence Day (1996), Homens de Preto (1997), Eu, Robô (2004), Eu Sou a Lenda (2007) e, vá lá, Esquadrão Suicida (2016), entre outros. Mas também já mostrou talento dramático em Ali (2001) e À Procura da Felicidade (2006). É esse Smith que encarna Howard Inlet, o publicitário que protagoniza Beleza Oculta. Em tempos de carisma e sucesso, ele prega que o seu ganha-pão — e o mundo todo — está intimamente ligado a três coisas: amor, tempo e a morte. Mas a morte da sua filha de 6 anos muda seu mundo e o transforma num homem depressivo. Seu colegas de trabalho, Will (Edward Norton), Claire (Kate Winslet) e Simon (Michael Pena) estão preocupados. Não apenas com o amigo, mas porque dele depende o reerguimento da agência em que trabalham.
Alheio a tudo isso, Howard monta construções de dominós no expediente e, fora dele, escreve cartas para o amor, o tempo e a morte. Para ele, as cartas são uma espécie de acerto de contas em relação ao amor (pela filha), ao tempo (que à filha foi negado) e à morte (que levou a filha). A vida lhe dá a chance de, enfim, acertar essas contas. Qualquer um gostaria de ter essa chance, menos na hora em que ela aparece.