Luliu, a shitzu, mostra que não tem bafinho. Está com a limpeza em dia

Mau hálito, desconforto para comer, gengiva sangrando? Pode ser tártaro acumulado. Na foto, a shitzu Lulu mostra que está com a limpeza em dia! 

Hoje o nosso “Papo Pet Entrevista” é sobre as doenças bucais, em especial, o tártaro em cães. Logo a gente fala sobre os mesmos problemas em gatos. Fique atento, afinal, se nós, humanos, que fazemos a higiene bucal diariamente, ainda assim, não estamos livres das cáries, placas e tártaro, então, já imaginou os pets? É por isso que conversamos com uma veterinária especialista na área para orientar os tutores. É que no caso de  tártaro, por exemplo, há uma incidência cinco vezes maior em cães do que em seres humanos.

A médica veterinária Vitória Espíndola Picagewicz, da Odontocão – Centro de Odontologia Veterinária, é a nossa entrevistada. 

Especialista explica sobre doenças bucais em pets
Especialista explica sobre doenças bucais Foto: Arquivo Pessoal

Papo Pet: Assim como nós, humanos, é preciso também atuar na prevenção de doenças bucais dos pets, como o tártaro, por exemplo?

Vitória Espíndola Picagewicz: Sim. E é simples. A prevenção do tártaro nos pets deve ser feita com a escovação dentária. O ideal seria a higienização diária, igual aos humanos, utilizando uma escova macia e pasta de dente adequada.

Papo Pet: Quais os sintomas ou indícios de que alguma coisa não vai bem?

VEP: Sempre que o animal apresentar desconforto ao se alimentar, parar de comer sem motivo aparente, ficar babando, perder dentinhos, ter sangramentos na boca, apresentar perda de peso ou apresentar ferida abaixo do olho sem ter se machucado, é necessário visitar um dentista veterinário.

PP: Caso haja um acúmulo de tártaro, é perigoso?

VEP: Também denominado cálculo, o tártaro é o principal causador da inflamação da gengiva (gengivite) e o mau hálito, podendo também evoluir para a perda dos dentinhos, que apesar de muita gente acreditar, não é algo natural de acontecer em cães/gatos idosos. Assim como nos humanos, se bem cuidados, os dentinhos devem permanecer na boca até o fim da vida.

A perda de dentes é chamada doença periodontal, sendo mais comum entre nossos animaizinhos. Estima-se que cerca de 80% dos pets são acometidos por essa doença, que além de causar dor e desconforto, pode ocasionar outras doenças sistêmicas (doenças cardíacas, renais, entre outras) e até mesmo fratura de mandíbula em casos mais avançados.

Saúde bucal em dia com visitas regulares ao veterinário Foto: Freepik

PP: Como evitar a cirurgia?

VEP: É necessário, sempre que possível, fazer o acompanhamento odontológico dos pets, sendo interessante que ela aconteça a cada seis meses ou uma vez por ano, já a partir dos sete meses de vida do pet. É nesse período também que é importante que seja feita a primeira consulta odontológica do animal, uma vez que é nesse momento que está sendo finalizada a troca completa dos dentes de leite. Em algumas situações esses dentes podem não cair, com o risco de causar problemas para o animal.

PP: Como é realizada o procedimento de extração dos tártaros?

VEP: É necessário anestesiar o pet, uma vez que ele deve estar imóvel e com as vias respiratórias protegidas para evitar acidentes durante o procedimento. Assim é possível fazer a limpeza abaixo da gengiva, onde se acumula mais tártaro. Sem o uso do anestésico, seria um procedimento doloroso ao animal.

Foto shitzu Lulu: da tutora Tais Quintana

Claudia Ribeiro, especial para o Papo Pet, mãe da Ana Laura e tutora do Ninico, cão adotado