
A criação nesta terça-feira (29) da Federação União Progressista (leia a matéria completa aqui), que cria o grupo político com a maior bancada no Congresso Nacional, foi muito festejada entre os políticos envolvidos nos dois partidos que agora se juntam – o PP e o União Brasil. Mas não por todos. As implicações regionais no Paraná da federação União Progressista ainda não estão bem definidas, mas é certo que juntar Sérgio Moro (União) e sua pretensão ao governo estadual com o clã dos Barros, que já tem a ex-governadora Cida Borghetti como pré-candidata declarada, pode render algum desgaste para os dois lados.
Não à toa, o senador Sérgio Moro (União) preferiu ficar em silêncio por enquanto. Ao blog, sua assessoria disse que “o senador Moro não irá se manifestar ainda sobre esse assunto.” Do outro lado, o deputado federal Ricardo Barros (PP) fez uma publicação eufórica no seu perfil no X. “Federação União Progressista vai colocar Brasil para cima “, escreveu ele na publicação com quatro fotos no ato em Brasília que formalizou a federação. Ao lado dele nas fotos, estava a família toda: a filha, deputada estadual Maria Victoria, presidente do PP estadual, e a mulher, ex-governadora Cida Borghetti. Além delas, deputados federais do PP.
No estado, a federação já tem 10 deputados federais, 14 deputados estaduais, 91 prefeitos, 95 vice-prefeitos e 943 vereadores. Nas contas do PP, a federação virá para a eleição do ano que vem com 2 minutos de tempo de TV e rádio.
O que transparece das primeiras manifestações após a formalização da federação União Progressista é que no Paraná os Progressistas estão mais satisfeitos. Entre os principais nomes do União no estado, além de Moro, não houve manifestação pública do deputado federal Felipe Francischini, nem mesmo as redes oficiais do partido no estado trouxeram qualquer publicação sobre o assunto. Bem diferente do PP estadual, que no seu perfil do Instagram já trouxe logo um vídeo do ato de criação da federação. Nele, os deputados Ricardo Barros e Toninho Wandscheer destacam a importância da nova bancada.
Numa retrospectiva recente, o União Brasil do Paraná já não tinha a união que traz no nome. No ano passado, na campanha à prefeitura de Curitiba, o candidato do partido, Ney Leprevost, acabou fazendo duras críticas ao senador Sérgio Moro, que chegou a participar de ações pela candidatura e indicou a mulher, Rosângela Moro, deputada federal eleita por São Paulo, como vice na chapa. O mal-estar não chegou a ser resolvido, mas Moro sempre assegurou que tinha o aval da direção nacional do União para ser candidato a governador no ano que vem.