Nos livros de Lee Child, o anti-herói Jack Reacher é descrito como um gigante de 1,90 m e 113 quilos. Nos filmes, quem interpreta o personagem é Tom Cruise, com seus 1,70m – tem gente que diz que ele mede menos ainda.
Passada essa discrepância, e considerando que Cruise já fez Jack Reacher – O Último Tiro, até que ele convence em Jack Reacher – Sem Retorno, que estreou na quinta-feira (24). O ator não tem o tamanho, mas tem o temperamento. No mínimo, é um baixinho invocado.
Nas tramas de Child, Reacher abandonou o Exército, mas não há jeito de o Exército abandoná-lo. Aqui, uma major com quem ele está em contato descobre não a típica conspiração, mas um caso de corrupção nas altas esferas. Vai presa, acusada de espionagem e seria despachada, se não fosse a intervenção de Reacher na prisão em que está. Logo, estão os dois fugitivos e ainda não é tudo. Há uma subtrama que coloca o herói sob suspeita de paternidade.
Sem Retorno tem também uma mudança no leme. Sai Christopher McQuarrie, entra Edward Zwick, com quem Cruise trabalhou em O Último Samurai. Outra discrepância: Zwick não é conhecido por cinema de ação. Prefere filmes que tragam alguma experiência visual concatenada em paisagens, como Tempo de Glória, Lendas da Paixão, O Último Samurai e mesmo Diamante de Sangue.
Dito isso, Jack Reacher – Sem Retorno soa como mais do mesmo. Reacher sempre contesta a ordem, mas não pelo gosto da desordem. Tem um código de honra pessoal. De Batman a Barney Ross (Sylvester Stallone em Os Mercenários), dos cowboys de Sete Homens e Um Destino a James Bond, não faltam heróis assim no cinema. Jack Reacher é apenas mais um deles. Pintá-lo como único? Uma discrepância.