DALL·E 2024-03-08 16.12.43 – A vibrant and inspiring landscape-oriented illustration depicting a diverse group of women standing together in solidarity, each showing strength and
Imagem produzida por inteligência artificial

Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, eu não estou aqui para te dar parabéns. Claro que é imprescindível celebrarmos a data, reafirmando nossa força, resiliência e coragem – atributos que tecem a essência de cada mulher. Mas hoje, desejo compartilhar uma reflexão mais profunda e abrangente, que toca nas complexidades e desafios que ainda enfrentamos no cotidiano por simplesmente sermos mulheres.

A realidade de ser mulher, em muitas circunstâncias, ainda é marcada por medos e angústias. Desde a apreensão de andar sozinha na rua até a insegurança de viajar desacompanhada, passando pela desvalorização e desconfiança de nossa capacidade e relevância em diversos contextos sociais e profissionais, nossa existência é frequentemente desafiada. Além disso, somos sobrecarregadas pela expectativa de gerenciar perfeitamente a casa, a carreira e os filhos, enquanto somos submetidas a julgamentos e pressões constantes relacionados à nossa aparência física. Essas exigências desmedidas não apenas minam nossa autoestima, mas também nos colocam em uma posição de vulnerabilidade mental significativamente maior.

O impacto dessa realidade na saúde mental feminina é alarmante. Conforme dados do Institute for Health Metrics and Evaluation de 2019, 70% das pessoas diagnosticadas com depressão ou ansiedade eram mulheres, um indicativo claro da urgente necessidade de abordarmos e combatermos as desigualdades e pressões que contribuem para essa disparidade. Tais estatísticas nos convocam a refletir sobre a importância de construir ambientes mais seguros, equitativos e saudáveis para as mulheres em todas as esferas da vida.

Neste contexto, emerge a necessidade de promovermos o autocuidado, a autovalorização e a assertividade entre as mulheres. Encorajar a definição de limites saudáveis, a prática da autocompaixão e a perseverança na luta pelos próprios sonhos são passos vitais para fomentar um sentido de liberdade e realização pessoal. Inspiradas por Simone de Beauvoir, devemos aspirar a uma existência onde “Que nada nos defina, que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância, já que viver é ser livre.”

Adicionalmente, é fundamental reconhecer e valorizar as múltiplas facetas da experiência feminina, incluindo a diversidade de identidades, culturas, e histórias de vida. A luta por igualdade de gênero deve também abraçar a luta contra todas as formas de discriminação e preconceito, promovendo um feminismo inclusivo e interseccional que entenda as complexidades de cada vivência.

Portanto, neste Dia Internacional das Mulheres, convido você a refletir sobre como podemos, juntas, trabalhar para superar os obstáculos que ainda nos impedem de viver com plenitude e liberdade. Que possamos encontrar, na solidariedade e no apoio mútuo, a força para transformar nossa realidade. Que este dia seja um marco não apenas de celebração, mas de renovação do nosso compromisso com a construção de um futuro onde ser mulher signifique viver sem medo, com equidade, dignidade e alegria.