Simba e Thati de costas
Thatiana e Simba Foto: cervo pessoal

Por Cláudia Ribeiro. colaboração para o blog Papo Pet 

Quem disse que amor de praia não sobe a serra? Pois a história da artesã e jornalista Thatiana Bueno contraria essa tese. Pelo menos em um caso de amor que envolve uma humana e um pet.

E é essa história que ilustra nosso post derradeiro da série  sobre o vira-lata caramelo, que está prestes a se tornar manifestação cultural imaterial do país.

Em 2017, Thatiana viajou com a família para passar as festas de fim de ano no balneário de Ipanema, em Pontal do Paraná, litoral do estado. Em uma dia quente, de sol forte, ela avistou um caramelo deitado na rua, imóvel. “Achei que poderia estar  morto, mas assim que cheguei perto, ele me olhou e já me encantei. Tinha uma manchinha no olho, um charme. Logo em seguida, apareceu outro idêntico, o irmão, pulando em volta, com aparência mais saudável, porque o primeiro estava bem magrinho”, observa.

Ficou brincando com os dois por ali e logo veio a chuva, típica do verão. Thatiana chamou  a irmã e trataram logo de providenciar comida e um abrigo para a dupla passar a noite. Mas no dia seguinte, um deles havia sumido. “Por incrível que pareça, eu costumo dizer que esse sumiço foi coisa do destino, porque se tivessem ficado os dois cachorros, eu provavelmente não adotaria, porque já tinha quatro pets em casa. Seria mais complicado”, conta.

Simba.-de-ladinho
Simba Foto: acervo pessoal

 Thatiana levou alguns dias elaborando uma forma de convencer a mãe (e conseguir), até decidir levar o caramelo para Curitiba. A essa altura, ele já tinha até nome: Simba. 

“Fiquei cuidando dele,  na rua mesmo. Todo dia dava comida, mas decidi mesmo ficar com ele um dia que fui para a praia e na volta não encontrei o bichinho. Me deu um desespero. Já estava apegada. Não conseguia pensar em voltar para Curitiba e deixar ele lá”, lembra. 

 Lá mesmo na praia, Thatiana levou Simba a um pet shop para fazer uma limpa. “Ele tinha milhares de pulgas e as patas cheias de feridas. Fora que foi uma saga para domesticar o cãozinho, que demorou para se adaptar à nova rotina com outras quatro cachorras, mas valeu muito a pena. Ele se acostumou e está super bem”.

Na época, Thatiana enfrentava uma fase difícil, com intensas crises de ansiedade. “Sempre digo que fui para a praia em busca de um pouco de alegria e alívio e voltei com um cachorro, que me proporcionou tudo isso”, celebra. 

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Thatiana e Simba Foto: acervo pesoal