A ocupação da reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), no Centro da cidade, por um grupo de estudantes da instituição completou uma semana ontem sem sinal de solução. Os servidores que trabalham no local estão impedidos de entrar e os departamentos que funcionam no edifício estão parados.
O Comando do movimento não informa o número de estudantes que estão dormindo no local, mas garante que irá permanecer no local até que as negociações sejam reabertas. As reivindicações dos alunos incluem: aumento da quantidade e valor das bolsas de estudos; acesso gratuito a cursos de línguas para todos os estudantes; aumento do acervo de livros; fim dos espaços privados dentro da universidade; e creche para mães estudantes. O grupo não conta com o apoio do Diretório Central dos Estudantes (DCE), que divulgou nota de repúdio à ocupação na última quinta-feira, por considerar a medida ilegítima, além de tendenciosa, precipitada e antidemocrática.

A administração da universidade se recusa a manter as negociações enquanto os alunos não liberarem o prédio. Segundo a reitoria, apesar dos prejuízos, a universidade não irá tomar nenhuma medida de confronto com os estudantes. A única ação tomada até o momento foi a notificação dos estudantes, na semana passada.
Em nota, a UFPR informou que, por causa da invasão, todas as atividades regulares dos oito departamentos instalados no prédio estão prejudicadas. Entre os serviços suspensos, estão recebimento, tramitação e protocolo de processos, solicitação de pagamento e operações financeiras em geral.
Parados — Mesmo com 54 dias de greve, nenhuma mesa de negociação foi feita até agora.  No Paraná, as quatro instituições de ensino superior estão paradas. Há informações não confirmadas de que o segundo semestre poderia ser cancelado na Universidade Federal do Paraná por conta da paralisação, mas isso não foi confirmado e nem debatido pela direção da universidade. O assunto deve entrar na pauta da reunião da reitoria na próxima semana, assim como organização do vestibular.