SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A gestão Bruno Covas (PSDB) vai devolver três de seus secretários à Câmara Municipal como estratégia para conseguir votos para a reforma municipal da previdência, que deve passar por votação em primeiro turno nesta sexta-feira (21).
Os secretários João Jorge (Casa Civil), Daniel Annenberg (Inovação e Tecnologia) e Aline Cardoso (Desenvolvimento Econômico) voltarão a ser vereadores a partir desta sexta-feira, garantindo assim três votos favoráveis à reforma da previdência, projeto prioritário para a administração Covas.
Além de se certificar de que teria os votos, a gestão Covas quis, por meio do retorno dos secretários, passar a mensagem de que está assumindo a condução da reforma. Vereadores da base aliada se queixaram de que vinham sofrendo com muitas críticas de servidores enquanto o Executivo não estava se expondo. Com a presença dos secretários, o governo tenta mostrar que também está marcando presença na discussão.
Os vereadores Claudinho de Souza (PSDB), Caio Miranda (PSB) e Quito Formiga (PSDB) se tornarão secretários da Casa Civil, de Inovação e de Desenvolvimento Econômico, respectivamente. Souza e Miranda eram vistos como vereadores que possivelmente votariam contra o projeto de reforma da previdência, que precisa de 28 votos para ser aprovado.
Os três deverão continuar nos cargos até 26 ou 27 de dezembro, quando a prefeitura acredita que acontecerá a votação em segundo turno do projeto de reforma da previdência na Câmara. Após as votações, Jorge, Annenberg e Cardoso voltarão a ser os secretários das mesmas pastas.
“Os vereadores secretários voltam para votar e demonstrar a importância do projeto para o governo e para a cidade de São Paulo. Um gesto que fortalece o Legislativo”, diz João Jorge.
O vereador Caio Miranda ressalta que apenas o retorno dos secretários implicaria na sua saída da Câmara, já que ele é suplente (substituto), e que isso evidencia que não houve qualquer tipo de troca da prefeitura com ele.
“O fato de eu me tornar secretário é uma opção do governo e para mim não muda nada. Não pedi nada disso. Me dou bem com o secretário Daniel [Annenberg]. Estou indo para ajudar o governo. A bancada do PSDB quer que os secretários votem. É um tema polêmico, difícil, e a atitude pode dar unidade ao partido”, diz Miranda.
“Em resumo: os vereadores secretários tiveram que voltar pra votar pela importância do assunto pro governo”, completa.
Presidente da Câmara, Milton Leite (DEM) diz que o projeto conta com grande apoio de vereadores da base, e que haverá aprovação com ampla maioria dos votos.
“9,9 [chance de 0 a 10 de votar o projeto em 2018]. Com ampla maioria, de 45 a 50 dos votos dos vereadores”, disse.
No entanto, outros membros dizem que no momento ainda não há 28 vereadores que apoiam o projeto na Câmara, e que as discussões devem ser intensas até o final do mês.