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Thiago Kosloski, técnico do Coritiba (Foto: Valquir Aureliano)

Técnico do Coritiba, Thiago Kosloski fez um desabafo sobre a violência no futebol após a partida contra o Cruzeiro, na Vila Capanema, na tarde deste sábado (11 de novembro). Na visão do treinador coxa-branca, a partida não deveria ter sido retomada após a invasão de campo por torcedores dos dois times. Além disso, ele também destacou as qualidades de seu trabalho no comando alviverde e garantiu: se fosse ele o técnico desde o início do Campeonato Brasileiro, o Coxa não estaria à beira de mais um rebaixamento para a Série B.

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Confira abaixo os principais tópicos da entrevista pós-jogo do técnico coxa-branca

Violência no futebol

A entrevista começou com Kosloski já comentando – e repudiando – a batalha campal que acabou se instalando após o gol de Robson, aos 45 minutos do segundo tempo.

“Quando nós fazemos o gol… Parecia até algo planejado, porque a bola nem tinha tocado na rede e os caras já estavam pulando ali, buscando confusão. Na minha opinião são bandidos infiltrados dentro de torcidas, o que infelizmente atrapalha o futebol brasileiro. Estamos vivendo um momento muito frágil do futebol brasileiro em que medidas muito firmes precisam ser tomadas, antes que aconteça algo pior”, disse o treinador.

“Vemos bandidos tomando conta dos estádios, bandidos que ameaçam jogadores, ameaçam treinadores, ameaçam as famílias dos caras… Até quando? Até alguém morrer? Só depois disso vamos fazer alguma coisa? Precisamos de paz nos estádios, é isso que a gente quer”, emendou ainda.

Kosloski ainda admitiu que, se dependesse dele a decisão, os dois times não teriam voltado a campo após a confusão entre torcedores para disputar os minutos finais de partida. “E não é porque o meu time estava vencendo, é em respeito, principalmente, aos atletas, às pessoas que trabalham com futebol, o que inclui o pessoal da imprensa. Poderia ser perigoso [retomar a partida]. A nossa polícia foi firme, controlou a situação, mas por respeito a essas pessoas [profissionais do futebol] não deveria ter mais jogo. Temos que ver essas imagens e punir de forma exemplar essas pessoas [que invadiram o campo] para que elas nunca mais pisem num estádio.”

Desempenho da equipe

Com relação ao jogo em si, Kosloski reconheceu que não foi uma partida brlhante. O Coxa criou poucas chances de gol e, de maneira geral, a partida ficou muito truncada no meio de campo, mais brigada do que jogada. Ainda assim, o treinador fez questão de destacar a entrega de seus comandados.

“Uma coisa é certa: a equipe nunca deixou de lutar, nunca deixou de acreditar e aí nós fomos premiados pelo gol. Nós vamos honrar essa camisa até o último dia, independente de subida ou de descida”, afirmou o técnico, destacando que o Coxa não ficará fazendo contas enquanto espera por um milagre para escapar do rebaixamento, mas que o elenco pensará partida a partida.

“Vamos jogo a jogo, [para] manter a chama acesa da dignidade. Consequência de ficar [na Primeira Divisão] vai vir com a sequência de jogos: se a gente merecer e as combinações de resultado derem certo, tudo bem. Mas pela dignidade e respeito ao torcedor, é pensar jogo a jogo.”

“Se eu estivesse desde o início, nós não estaríamos nessa situação”

Ainda segundo Kosloski, ninguém no Alto da Glória jogou a toalha na luta contra o descenso, mas também não adianta ficar tentando iludir o torcedor, porque a situação do clube no Brasileirão é muito, mas muito complicada.

Questionado, então, sobre a avaliação de seu trabalho à frente da equipe, o treinador recordou que assumiu o comando de um time que somava 14 derrotas consecutivas na competição e que o fez porque jamais deixaria o Coritiba na mão.

“Nosso trabalho vem sendo muito bom e consistente”, defendeu o treinador. “Esses dias fizeram uma matéria assim: ‘com aproveitamento do Kosloski, Coxa também seria rebaixado’. Só que me coloca desde o início, ou pelo menos com duas vitórias [a mais], que aí mudaria todo o esquema do clube. Se eu estivesse desde o início, nós não estaríamos nessa situação, disso eu tenho certeza absoluta.”