MONTEVIDÉU, URUGUAI (FOLHAPRESS) – O presidente brasileiro, Michel Temer, minimizou as declarações da equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), com relação a não ter o Mercosul como prioridade.

Temer falou a jornalistas após a plenária de presidentes do bloco, em reunião em Montevidéu, nesta terça-feira (18).

“A posição de Bolsonaro é a de fazer a revisão das questões do Mercosul, mas essas revisões são constantes e acho que o presidente eleito promoverá a sua, que não necessariamente significa uma oposição ao Mercosul.”

Temer acrescentou que, em sua última participação em reuniões do bloco, “houve uma abertura completa do Mercosul, um retorno do Mercosul aos seus padrões originais, que permitiu o avanço de várias negociações.”

Reforçou que a “OMC [Organização Mundial do Comércio] declarou que o Brasil, no ano de 2018, foi o país que mais se abriu para a facilitação de comércio em todo o mundo. Isso foi importante para o nosso país e para o Mercosul”.

Em sua intervenção, Temer se despediu dos presidentes da Argentina, Mauricio Macri; do Uruguai, Tabaré Vázquez; do Paraguai, Mario Abdo, e da Bolívia, Evo Morales, dizendo que espera que o bloco siga no caminho de realizar “mais comércio, mais investimentos, mais integração e a reunificação dos países latino-americanos” com foco na Aliança do Pacífico e aumento dos tratados de livre-comércio sem ferir as leis do bloco. “Abrir o Mercosul tem de continuar sendo a tônica do grupo”, afirmou.

Ao assumir a presidência pro-tempore do Mercosul, o presidente argentino, Mauricio Macri, disse que o bloco deve rejeitar os resultados das “eleições fraudulentas” que vêm sendo celebradas na Venezuela e que encobrem a ideia de que o regime se trata de uma ditadura. O ditador Nicolás Maduro assume um novo mandato a partir de 10 de janeiro.

“Não podemos deixar de nos preocupar com a crise humanitária a que estão sujeitos milhões de venezuelanos, muitos deles escapando do país, por conta da dura repressão do governo e da falta de condições de vida.” Macri pediu ainda que o bloco não baixe a pressão de “denunciar as fraudes eleitorais como as mais recentes e continuar trabalhando pela liberação dos presos políticos”.

Já o presidente boliviano, Evo Morales, defendeu aliado Maduro, dizendo que a Venezuela é vítima de “guerra econômica”. Também pediu que se “respeitem os problemas e a soberania de cada país”, antes de criticar o regime.