Agência FAPESP – Próximo destino: Lua. Ainda não é a volta do homem, ausente do satélite terrestre desde 1972, mas uma preparação para o esperado retorno, estimado para em torno de 2020.

A novidade é o anúncio feito pela Nasa, agência espacial norte-americana, de uma nova missão ao satélite terrestre. O objetivo é revelar detalhes sobre a anatomia e a história lunares – e, de quebra, sobre a formação de corpos rochosos no Sistema Solar.

A missão Grail (sigla em inglês para Gravity Recovery and Interior Laboratory) é parte do programa Discovery. Ao custo estimado de US$ 375 milhões, tem lançamento previsto para 2011. Serão duas espaçonaves, lançadas do mesmo foguete e que orbitarão a Lua por vários meses para a medir o campo gravitacional do satélite de forma inédita.

“A Grail oferecerá a oportunidade de levar novas técnicas de pesquisa à Lua que poderão ser usadas posteriormente em Marte e outros planetas”, disse Alan Stern, administrador associado para ciência da Nasa.

Os cientistas envolvidos na missão usarão informações do campo gravitacional obtidas pelos dois satélites para observar a Lua por meio de raio X, da crosta ao núcleo. Com isso, esperam conseguir revelar a estrutura do subsolo do satélite e, indiretamente, sua formação e história.

A técnica que será usada pela Grail foi desenvolvida pela missão Grace (de Gravity Recovery and Climate Experiment), lançada em 2002 por Estados Unidos e Alemanha. Os satélites Grace mediram mudanças na gravidade relacionadas a movimentos de massa na Terra, como derretimento de massas de gelo ou mudanças na circulação dos oceanos.

A principal pesquisadora na Grail será Maria Zuber, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Também participará a astronauta Sally Ride, a primeira americana a ir ao espaço, em 1983, no ônibus espacial Challenger.

Cada satélite terá a bordo uma câmera que estará conectada à internet. A idéia é fazer com que estudantes e o público em geral possam acompanhar as observações feitas pela missão.

Antes da Grail, a Nasa pretende lançar, em 2008, a sonda Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), para orbitar a Lua por pelo menos um ano com a tarefa de identificar os melhores pontos para pousos de futuras missões, tripuladas por robôs e, em seguida, novamente pelo homem.