SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), anunciou nesta segunda-feira (17) que a reforma do viaduto que cedeu na marginal Pinheiros (zona oeste) vai custar cerca de R$ 30 milhões e vai durar até maio de 2019.
Após analisar a estrutura do viaduto, a prefeitura concluiu que houve fadiga do concreto e “defeitos ocultos”, supostamente imperceptíveis nas vistorias visuais.
O viaduto na marginal Pinheiros cedeu, na altura do parque Villa-Lobos (zona oeste), no dia 15 de novembro, causando interdições em parte da via. Com isso, o pico de congestionamentos na capital pela manhã subiu até 38%. No período da tarde, houve crescimentos menores e até queda em alguns dias.
A abertura da estrutura será feita apenas ao fim das obras. Segundo a prefeitura, após o acidente, um trecho de 20 km da via expressa marginal Pinheiros ficou interditado. A prefeitura, no entanto, fez abertura de novos espaços para transposições entre as pistas -com isso, apenas 2,9 km permanecem interditados.
Para mitigar o trânsito relacionado à interdição, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) afirmou que reforçou uma equipe de agentes de trânsito e fez acordo com o Ceagesp para antecipar em três horas a abertura dos portões para os caminhões, entre outras medidas.
Covas afirmou que a prefeitura descartou a possibilidade de demolir e reconstruir o viaduto, obra que custaria cerca de R$ 70 milhões e levaria até três anos para ficar pronta. Já a reforma custará menos da metade e vai durar cinco meses.
“A escolha da remediação é mais barata, mais rápida e não há nenhum comprometimento do ponto de vista da segurança para o usuário”, disse o prefeito Covas.
A partir de agora, a empresa JZ Engenharia e Comércio, em contrato emergencial, terá três focos: reformar dois pilares da estrutura, reparar a viga e o tabuleiro.
Até o momento, segundo a prefeitura, foi feito o escoramento de 120 metros dos 200 metros totais da estrutura. Um pilar de alívio foi instalado. Depois disso, foram colocadas dez estacas e a base de concreto para a elevação da estrutura, processo que envolveu o uso de seis macacos hidráulicos.
De acordo com o secretário de Infraestrutura Urbana e Obras, Vitor Aly, uma série de fatores que fizeram com que o viaduto cedesse cerca de dois metros.
“A causa não é única. É como um acidente aéreo. Depois que colocamos o viaduto no lugar, a gente percebeu que houve um encurtamento não simétrico do tabuleiro -num dos lados tem um encurtamento maior do que o outro, e o projeto inicial era que o tabuleiro se deformasse por igual”, afirmou.
Após o caso, a gestão Covas vem se esforçando para transformar a segurança nas pontes e viadutos uma de suas vitrines. Antes do acidente, porém, a prefeitura havia gasto apenas 3% do valor previsto para recuperação e reforço de pontes e viadutos –R$ 2,4 milhões, de R$ 44,7 milhões reservados no orçamento do ano.
A administração municipal elaborou edital para a realização de laudos profundos sobre a situação de 33 viadutos e pontes. Até o momento, 31 empresas já se inscreveram no chamamento público. O custo previsto desta etapa é de R$ 11 milhões.
Depois, gradualmente, serão encomendados os laudos para as demais estruturas, chegando aos 185 viadutos e pontes da cidade.
A prefeitura também criou um grupo de gestão de manutenção de estruturas viárias.
Além dos viadutos, entre as atribuições deste grupo, estão o cuidado com túneis, complexos viários, passarelas e pontilhões, entre outros.