Quando saímos para tomar sol o desfecho pode ser muito bom para o corpo. Vai muito além da dose de vitamina D e do bronzeado bonito, existem estudos que apontam que o sol pode inclusive ajudar na regulação do sono e da saúde mental. Contudo, o excesso de exposição a luz solar pode também fazer mal ao organismo.
Com a onda de calor que atingiu o Brasil em 2023 e a vinda do verão em 2024 é comum ver pessoas em busca dos serviços de saúde por conta de queimaduras.
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Pensando nisso, o programa Bem na Pauta – transmitido direto estúdio do Bem Paraná – conversou com a médica dermatologista e sócia proprietária da Clínica Idel Curitiba, Drta. Clarice Uchida. A especialista forneceu diversas dicas sobre como tomar sol de forma segura. Entrevista completa ao final da matéria.
Você já deve ter ouvido, muitas vezes, que o sol pode causar câncer de pele e pode contribuir para o envelhecimento. Contudo, o problema está na exposição irresponsável à luz solar. Como evitar isso?
“O protetor solar é o principal item para cuidar da pele. É importante lembrar que ele deve ser aplicado todos os dias, faça chuva ou sol. Isso deve ser feito principalmente em áreas expostas como pescoço, nuca e mãos. O mais importante é o protetor solar”, diz Clarice Uchida.
Outra alternativa apontada pela especialista está no protetor oral. Essas versões são suplementos que têm como objetivo fortalecer a resistência da pele contra os danos causados pela exposição aos raios UV. “Eles tem algumas substâncias que vão ajudar a evitar manchas e são antioxidantes para ele. Isso vai ajudar a proteger do sol das queimaduras”.
Clarice recomenda que todos tenham protetores para rosto e corpo. “Rosto vai impedir que a pele fique oleosa, está no sol, vai ter suor e isso não vai arder aos olhos. O recomendado é um FPS (fator de proteção) 50”, afirma.
No caso do corpo, a médica recomenda um protetor com mínimo FPS 30. Para aplicar, uma das regras mais conhecidas é a dos três dedos. Ela consiste em aplicar o protetor em todo o comprimento dos dedos indicador, médio e anelar e, depois, aplicar essa quantidade em toda a face.
Nas crianças, os protetores solares podem ser utilizados a partir dos seis meses de idade. Antes, os chapéus e as roupas são os maiores protetores contra os raios UV. Os produtos do tipo infantil podem ser utilizados até os 12 anos.
No pós-sol, outra recomendação da médica é de aplicar protetor solar em todas as regiões necessárias. “Não esquecer couro cabeludo, nuca, orelhas, pescoço, perto da roupa de praia, bordinha, que é normalmente onde terá queimadura”.
Ademais, também é preciso tomar no mínimo 1,5 a 2 litros de água todos os dias.
Por que tem gente que se queima com mais facilidade?
De acordo com Clarice, os efeitos que o sol provoca em cada pessoa dependem do fototipo de cada pele. Essa que é uma escala de coloração da pele que se baseia em como a pele reage após a exposição ao sol. “Pele com pouca melanina, que é mais fina tem maior facilidade para se queimar”.
A melanina é um pigmento natural do corpo que fornece cor à pele. Ela pode ser produzida como um mecanismo de defesa contra raios ultravioletas. Clarice destaca que essa quantidade de proteína pode aumentar a partir da quantidade de alimentos consumidos com Betacaroteno. Entre os produtos com essa substância estão cenoura, brócolis e beterraba.
Hidratantes por perto
Antes e depois de tomar sol, a especialista pede que hidratantes estejam sempre por perto. A esfoliação não é recomendada. “O ideal é fazer hidratação antes e enquanto está tomando sol. Também pode levar hidratante que vai servir como pós sol. Esfoliação pode agredir e levar manchas para a pele”.
Para tomar sol, Clarice acredita que o melhor horário é antes das 9 horas da manhã e depois das 16 horas.
“Na praia é mais difícil aderir a isso. Pessoas aproveitam o meio do dia as vezes. Neste horário impróprio precisa reaplicar o protetor a cada 2 horas!”, diz
Se o banhista queimar uma parte do corpo após frequentar a praia é preciso aplicar água gelada ao local da ferida. “Água gelada no local e compressa com chá de camomila gelado ajudam bastante. O chá é anti-inflamatório e ajuda a desinflamar a pele”.
Dicas contra dengue
Com o crescimento dos casos de dengue no Paraná, a especialista recomenda o uso dos repelentes de forma concomitante com o protetor solar.
“Os pacientes procuram o consultório no verão por queimaduras. Pelas queimaduras e também por picadas de inseto. No caso de dengue é importante falar em passar protetor e logo depois o repelente. Seja para fazer atividade física, ir ao parque ou até na praia”
Manchas na pele
No caso de aparecimento de manchas após exposição ao sol, a recomendação de Clarice está na procura de um dermatologista para tirar possíveis dúvidas sobre o assunto.
“Toda mancha que surge por exposição ao sol é bom ver se ela tiver duas características: uma pintinha mais feia, que é irregular e com mais de duas cores ou aquelas que parecem espinhas e não cicatrizam. Nesses casos é bom ir em busca de um dermatologista”, conclui