
A secretária da Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, apoia a retomada das aulas e afirma que essa questão é de extrema importância, mas que no Brasil não houve uma discussão adequada sobre o caso. Ela apoia a retomada, mas deixou claro que não cabe mais a pasta da Secretaria de Saúde essa questão. “Nós fizemos um posicionamento do Comitê, mas nós fomos interpelados por uma ação civil do Ministério Público (MP)”, disse. “Inclusive chegou um vídeo com ameaças a todos os membros do comitê, em processo civil, criminal e administrativo. A sociedade é que tem que decidir isso”, declarou ao ser questionada por vereadores durante a apresentação do balanço sobre o SUS (Sistema Único de Saúde) no quadrimestre referente aos meses de maio, junho, julho e agosto de 2020 em audiência da Câmara Municipal.
Márcia Huçulak afirmou que as primeiras atividades que voltaram na Europa, em vários países, foram as escolas. “Ninguém tá falando para voltar à vida normal, todo mundo junto. A mulher que limpa o hospital, a copeira, a cobradora e o cobrador de ônibus têm filhos e dependem de uma creche”, disse. “Não estamos falando só da educação formal, estamos falando do papel social que a escola na proteção à criança e ao adolescente”, argumentou.
“Estive no Tatuquara na semana passada e voltei chorando. As mães que mais dependem desse serviço estão largando no vizinho, em creche com condição inadequada, em de violência sexual, até de violência sexual”, completou. “Como secretária de Saúde, como mulher, mãe e cidadã, só tenho a lamentar a atitude radical de grupos que não querem ouvir falar disso”, conta ela.
“Ninguém aqui tá brincando, ninguém aqui quer jogar aleatoriamente como tem mau falações ai a fora. As pessoas têm usado essa pandemia lamentavelmente, usado ideologicamente, partidariamente, politicamente para confundir”, disse. “Isso é um momento, como eu já disse lá atrás, é um momento de união, é um momento que o mundo tá passando por isso. Ninguém desejaria isso. Eu mais do que nunca queria estar alforriada, estar longe disso. Mas infelizmente alguém tem que conduzir esse processo. Então lamento, só lamento pelas crianças e pelo dano causado”, afirmou a secretária.
Em Curitiba e no Paraná, a retomada das atividades presenciais será definida pela SEED (Secretaria de Esportes e Educação) do governo do Paraná. Contudo, ainda não há previsão para a volta às aulas nas escolas públicas e privadas. Já o Colégio Militar de Curitiba chegou a anunciar que o retorno seria nessa semana, mas adiou a retomada já que a capital paranaense ainda está sob as regras da bandeira laranja.