Usada da maneira correta, a jardineira pode revolucionar o seu visual. Para isso, é importante que você se atente para algumas dicas valiosas.
A jardineira é uma variação do macacão tradicional, reconhecida facilmente pelo seu decote quadrado formado pelas alças e pela elevação da parte frontal das calças. Na França, essas peças de roupa são conhecidas como salopette, daí a sua tradução para o português como jardineira. Eram peças utilizadas pelas pessoas do campo para realizar os trabalhos rurais, exigindo uma peça que fosse prática e, ao mesmo tempo, capaz de proteger as roupas usadas debaixo.
A origem exata da jardineira não é precisa. Contudo, o que podemos afirmar é que seu surgimento, assim como o de qualquer macacão, aconteceu como uniforme de trabalho durante o século dezoito. A peça era utilizada como um artigo de proteção, destinada a evitar o desgaste e qualquer dano às calças, camisas e meias utilizadas por baixo.
Uma breve história da jardineira
Antes de a jardineira ser inventada, as polainas eram utilizadas pelo exército para proteger a parte de baixo das roupas. Tratavam-se de peças com um comprimento que se estendia dos sapatos até os joelhos. Com o tempo, o tamanho dessas polainas foi aumentando até que atingisse a altura do umbigo. Desse modo, protegia-se também a virilha e os glúteos (como se fossem nossas calças, tal como conhecemos hoje). A peça, portanto, nasce dessa necessidade de proteger as roupas da cintura para baixo.
Devido às circunstâncias da sua origem, a jardineira não era considerada necessariamente uma roupa, mas um artigo de proteção, como um avental ou uma máscara, por exemplo. Seu uso pelos soldados da infantaria norte-americana são os primeiros registros que temos da sua existência. Apenas no final do século dezoito essa roupa deixa de ser fabricada em lona e adquire duas versões: uma versão de linho para o verão e de lã para o inverno. Essa é a primeira vez que essa peça passa a ser entendida como uma roupa para os soldados, e não mais como um protetor.
Ainda nos Estados Unidos, a jardineira representou um símbolo da luta por direitos trabalhistas. No dia 24 de abril de 1920 a cidade de Nova Iorque acompanhou o Desfile de Jardineira, uma tentativa de inaugurar um movimento político de consciência trabalhista. O desfile se transformou em uma maneira mais pacata de ativismo, com a intenção de protestar contra o aumento do custo das roupas como uma metáfora para o aumento do custo de vida norte-americano. O uso dessa peça marcou os protestos como um sinal de pertencimento à classe trabalhadora.
O Desfile de Jardineira não foi um sucesso, mas a peça começou a ganhar gosto popular quando a Levi’s começou a produzi-la com jeans, em 1890. Ao lado de outras peças clássicas da moda norte-americana, como as jaquetas e as calças jeans, essa peça se tornou uma roupa presente em grandes coleções de moda ao redor do mundo. Isso permitiu que ela deixasse de ser uma peça exclusiva do guarda-roupas masculino, ganhando versões para as mulheres e crianças.
Como usar a jardineira com segurança?
Ainda que a jardineira tenha uma história parecida com as calças, macacões e jaquetas jeans – roupas que saíram dos uniformes masculinos para o mundo da moda -, seus usos e combinações exigem um pouco mais de cuidados que as demais. De fato, ela conquistou o seu lugar no rol de peças clássicas e atemporais, oferecendo às mulheres uma opção descontraída e jovial para o dia-a-dia. Contudo, dependendo das escolhas de combinações, essa peça pode trazer a imagem de um estilo “uniformizado” à tona.
Para evitar essas associações entre jardineira e uniforme, é interessante que você considere as dicas a seguir sobre como valorizar ao máximo o charme que essa roupa pode trazer ao seu visual.
Peça Única
Se você acredita que a jardineira precisa sempre estar acompanhada por uma blusa ou camiseta, você se enganou. Nos dias mais quentes de verão, transformar essa roupa em uma peça única é uma das melhores escolhas.
A melhor opção para isso é a jardineira jeans de lavagem azul-claro. Dê preferência para os modelos de jardineira acinturados, mas troque os cintos pelos laços ou echarpes. Para que essa roupa funcione como peça única ela precisa ter tecido e altura suficientes para cobrir o colo. As costas nuas também contribuem para o visual, aumentando o seu sex appeal.
Para completar o seu look, utilize acessórios com uma paleta de cores fora do espectro azul. Óculos escuros, sandálias de salto baixo ou rasteirinhas e bolsas de tamanho médio são as melhores opções, principalmente em couro.
Camiseta e moletom
Concebida com alças ajustáveis e fecho de botões, o formato da jardineira é a base perfeita para você exibir uma camiseta e moletom básicos. Evite camisetas com estampas muito chamativas ou extremamente coloridas, assim como é melhor evitar também camisetas e moletons da mesma cor que a jardineira. As cores branca e cinza são as melhores opções para combinar com uma jardineira azul, por exemplo.
Para essas combinações mais clássicas, aposte nos modelos de tênis mais minimalistas e bolsas de tamanho médio de alça transversal. Acessórios marcando a cintura não são necessários para esse look.
Shorts e pantalonas
A parte inferior da jardineira possui uma série de variações, seja no tamanho ou no caimento. De modo geral, todas as versões são interessantes, desde que você saiba equilibrar o seu visual.
A jardineira curta, modelada como se fosse um short, é ideal para os dias mais quentes e pode ser utilizada com camiseta, tênis ou coturno.
Os modelos de jardineira com barra pantacourt ou pantalona também são opções interessantes, desde que o restante da roupa esteja ajustado no corpo. Sandálias, rasteirinhas e tênis são boas opções como calçados. Para a parte de cima, opte por uma camiseta mais justa de modo a balancear sua silhueta, a partir da abertura da parte inferior da jardineira.
Alça solta
Muitas mulheres escolhem vestir a jardineira com uma das alças soltas. Essa tendência pode ser bem-vinda, criando um aspecto mais jovial e descontraído para o seu visual. Tudo que você precisa fazer é levar as dicas anteriores em consideração.