Um dos principais eventos do teatro brasileiro, o 17º Festival de Curitiba apresenta, este ano, sete estréias entre os 22 espetáculos previstos na Mostra de Teatro Contemporâneo, que acontece de 20 a 30 de março. Mas os organizadores pretendem que os 10 dias transformem-se na principal festa cultural da cidade. “Que as pessoas estejam nas ruas e aproveitem a cidade”, disse o diretor-geral do evento, Leandro Knopfholz.
Para as próximas edições, ele sonha, entre outras atividades, que as universidades programem exposições sobre a produção acadêmica e que os comerciantes realizem suas grandes promoções de vendas. “Que todos ganhem com a movimentação na cidade”, salientou. “A idéia é que o festival seja a grande festa de Curitiba, que extrapole a idéia de teatro.” Segundo ele, o teatro até agora foi o guarda-chuva sob o qual aconteciam outros eventos. “Queremos que se transforme em uma canoa e que todas as atividades aconteçam no mesmo nível”, afirmou.
Concorra a ingressos para assistir às peças do Festival de Curitiba.
A abertura já começou. O “Risorama”, que reúne humoristas de várias partes do País e seus personagens, está na quinta edição, comandada pelo paranaense Diogo Portugal. O sucesso das edições anteriores obrigou a levar os shows para um palco maior. Ele será desenvolvido no Barracão do Shopping Barigüi, próximo ao Parque Barigüi, com 4 mil metros quadrados e espaço para 600 pessoas sentadas. Ali também acontecerá a abertura do 17º Festival de Curitiba, no dia 18 de março, com a presença da Orquestra Imperial, do Rio de Janeiro.
A Usina de Idéias pretende ser, também, um espaço para discussão sobre o mundo, palestras, lançamento de livros e exposições. Uma das novidades da edição deste ano, a Residência das Artes colocará o grupo Os Satyros em um bairro da periferia de Curitiba, onde será desenvolvido um projeto criativo, chamado “A Fauna”.
Segundo Knopfholz, o objetivo é que atores profissionais unam-se a atores amadores da comunidade, produzindo uma peça em que as duas visões interajam. O palco serão as casas da comunidade e a apresentação, em forma de “estações”, recuperando-se o estilo das encenações medievais. O Fringe, que permite a grupos teatrais que não estão na programação oficial apresentar suas criações, terá a presença, este ano, de companhias de 20 Estados e do Distrito Federal, além de produções de outros países.
Com a curadoria da pesquisadora carioca Tânia Brandão, do crítico paulista Celso Curi e da jornalista paranaense radicada em Minas Gerais Lúcia Camargo, a Mostra de Teatro Contemporâneo tem sete estréias: “Beatles – Num Céu de Estrelas”, de Charles Möeller e Cláudio Botelho; “Cruel”, de Débora Colker; “A Ordem do Mundo”, de Aderbal Freire Filho; “Desconhecidos”, de Dionísio Neto; “Volúpia”, de Pepe Sedrez; “Hitchcock Blonde”, de Paulo Biscaia; e “Deserto”, de Márcio Abreu. Para lembrar o centenário da imigração japonesa, foram convidados atores-bailarinos de Tóquio para apresentar o espetáculo “Condors”. “Estou satisfeito e orgulhoso com a grade”, disse Knopfholz.
Segundo o diretor, o orçamento para o festival deste ano é de R$ 2,8 milhões. Os ingressos para as peças do festival já podem ser comprados. O valor para todos os espetáculos é de R$ 30,00, com direito a meio ingresso para estudantes e idosos.