SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O desempenho dos alunos das escolas estaduais de São Paulo teve uma leve melhora neste ano em português. Em matemática, porém, houve piora no fim do ensino fundamental e estagnação no ensino médio.

Os dados são do Saresp, avaliação anual da rede, e foram divulgados pelo governador Marcio França (PSB) nesta quarta-feira (19), a 12 dias de ele deixar o cargo.

É a primeira vez que os números são tornados públicos no mesmo ano em que a prova é feita. Segundo o secretário da Educação, João Cury, o objetivo é antecipar o planejamento para o ano que vem.

No entanto, não foi divulgado conjuntamente, como costuma ocorrer, o Idesp, índice de qualidade que leva em conta tanto as notas do Saresp como indicadores de reprovação e abandono escolar.

Segundo a secretaria, isso deverá ser feito no prazo já esperado, no ano ano que vem, da mesma forma que as notas dos alunos do terceiro ano no Saresp, que não foram calculadas a tempo porque a prova não era de múltipla escola.

Os dados do exame divulgados nesta quarta mostram que as notas aumentaram no quinto ano do ensino fundamental em relação a 2017, passando de 223,8 pontos para 227,4 em matemática e de 214,3 para 217 em português.

No sétimo ano, também houve avanço nas duas disciplinas, em que os alunos alcançaram a maior pontuação nas 21 edições do exame.

No nono ano, porém, houve melhora em português (242,5 para 249,6), e piora em matemática, de 256,7 para 255,6.

Ao comentar a piora no 9° ano de matemática, Cury disse que é uma série delicada por ser um momento de transição para o ensino médio.

No ensino médio, as notas melhoraram 4,3 pontos em português, chegando a 278,8 pontos, a maior da série do Saresp. Em matemática, no entanto, o avanço foi de apenas 0,3 ponto, alcançando um total de 278,3. O desempenho ficou abaixo do patamar considerado adequado nas duas disciplinas, que é de 300 e 350 pontos, respectivamente.

O resultado do Idesp deverá ser conhecido no início do ano que vem. O índice de 2017 ficou em 5,33 para os primeiros anos do ensino fundamental, 3,21 para os anos finais e 2,36 para o ensino médio. As metas para 2030 são 7, 6 e 7, respectivamente.

No Brasil, como um todo, é possível comparar o desempenho do estado por meio do Ideb, índice que combina as notas dos alunos em uma prova federal com as taxas de abandono e repetência.

Por esse indicador, com divulgação mais recente em 2017, a rede estadual paulista está em 3º lugar no ensino médio, empatada com Ceará e Rondônia e atrás de Goiás, Espírito Santo e Pernambuco.

À época da divulgação do Ideb, o então governador Geraldo Alckmin (PSDB) reclamou que as notas dos colégios técnicos não eram consideradas.

A menos de duas semanas de deixar o cargo, o governador anunciou ainda recursos para construção de escolas e reajuste de repasses para as Apaes. Foi também formalizado um programa que direciona verbas a grêmios estudantis.