Polícia Civil

O delegado-titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHHP), Luiz Alberto Cartaxo Moura, disse nesta quarta (10) que a polícia já identificou seis autores do ataque a um rapaz, 26 anos, que estava de camiseta vermelha e boné do MST nas proximidades da Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) na noite de terça (9). Segundo o delegado, eles são integrantes da Império Alviverde, torcida organizada do Coritiba. A polícia trabalha em três linhas de investigação. "Uma simples ´rixa' na rua, uma briga por causa da torcida e uma agressão com viés político", afirmou Cartaxo. Segundo ele, a polícia já ouviu a vítima, parte das testemunhas e já está atrás dos suspeitos. 

O rapaz estava próximo à Casa da Estudante e á Biblioteca da UFPR quando foi atacado com socos, pontapés e garrafadas. A informação de que ele era estudante da UFPR foi corrigida pela polícia. Ele já estudou na universidade e hoje é um profissional. De acordo com o Cartaxo, a vítima disse uma confusão já acontecia quando ele foi intervir e pedir para que parassem, foi quando os seis agressores partiram para cima dele e teriam gritado `Jair Bolsonaro`. O rapaz teve contusões graves e cortes na cabeça, nos olhos, nos ombros e braços e teve que ser encaminhado ao Hospital Cajuru. "O que cabe à polícia independente do tipo de crime é apurar rigorosamente. Se for caso envolvendo torcidas, vamos encaminhar para a Delegacia Móvel De Atendimento ao Futebol E Eventos (Demafe), que eles têm um material extenso sobre o assunto", afirmou o delegado. 

O agressores ainda quebraram o vidros da Casa da Estudante Universitária de Curitiba (CEUC) e da Biblioteca Central da universidade. De acordo com as testemunhas, eles só pararam porque várias pessoas saíram em defesa do rapaz. Os autores fugiram assim que as pessoas começaram a defender o rapaz. A Polícia Militar foi chamada, mas não encontrou os autores. 

O presidente da torcida Império Alviverde, Juliano Nicolosi Rodrigues, disse, em entrevista ao Bem Paraná que aguarda as investigações para tomara as medidas cabíveis. "Desde já, informamos que não compactuamos com esse tipo de violência". 

NOTAS DE REPÙDIO – A Universidade Federal do Paraná enviou nota lamentando profundamente o ato de violência ocorrido em frente às suas dependências.  A Pró-reitoria de Administração e a Superintendência de Infraestrutura prontamente foram acionadas e já tomaram as devidas providências para garantir a segurança no local e boletins de ocorrência foram registrados.

"A UFPR repudia veementemente todo e qualquer ato de violência, de preconceito ou de discriminação e entende que os espaços universitários são ambientes de debate e do exercício de liberdade de opinião. Um espaço histórico e simbólico que deve se manter pleno da democracia e de continua resistência à intolerância, à violência e banidas as formas de opressão", diz a nota da UFPR.

A Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) também publicou em suas redes sociais nota sobre o caso de agressão. "A violência ocorrida na UFPR (Universidade Federal do Paraná) é algo que fere a todos nós. Na noite desta terça-feira (9), um rapaz foi vítima de agressões motivadas por divergências de posicionamentos políticos. Além da agressão física, dependências da Universidade foram danificadas. A PUCPR está ao lado da UFPR contra todo e qualquer ato de violência e enaltece a importância da Universidade como espaço de diálogo, discussões e consenso. Enquanto Universidades, somos todas responsáveis pela evolução de nossas ideias e construção de pensamentos que eliminem a barbárie de nossos dias. Por isso acreditamos: a violência jamais será um caminho!".