A Primavera chega com boas novidades, ao menos para quem gosta de flores. No Brasil o cultivo avançou 10% entre 2006 e 2007 e cerca de 4% no Paraná, segundo os dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Para o consumidor, o aumento da oferta representa menores preços. “As flores estão 20% mais baratas que na Primavera de 2007”, diz Paulo Murad, presidente do Sindicato dos Atacadistas de Flores e Plantas (Sincomflores).

Vasos de lisiantus custam entre R$ 5 e R$ 10 e de margaridas, R$ 5. Murad ainda orienta o consumidor que quiser deixar a casa florida a ir aos supermercados. No grande varejo, os vasos são encontrados com preços ainda menores, a partir de R$ 1,99, o vaso de violeta, por exemplo.
Apesar do crescimento da produção do Paraná ter ficado abaixa da média nacional, entre 2006 e 2007, a produção de bocas de leão avançou 162% (R$ 177.934 passou para R$ 465.536), de rosas cresceu 27% (R$ 1,157 milhão foi para R$ 1,468 milhão) e de beijo-americano, 23% (R$ 1,154 milhão passou para R$ 1,423 milhão), analisando o Valor Bruto da Produção (VBP) da floricultura do Paraná.

E nos últimos 10 anos, a produção de flores do Estado avançou 230%. Os maiores pólos produtores do Paraná são Curitiba e São José dos Pinhais. Em Curitiba a maior produção é de gramado, beijo-americano e tagetes. O VBP da atividade do Estado, em 2007, foi de R$ 47,383 milhões.

Curitiba responde com 11% do VBP de flores e São José dos Pinhais, 9%. Entre as duas cidades, apenas Umuarama figura com 10% do valor devido à produção de crisântemos — a variedade cultivada com maior valor bruto.
Neste ano, o cultivo de 170.684 maços (cada um com 25 hastes) e 1.286.547 vasos de crisântemos resultaram em R$ 1,457 milhões do Estado. Os dados são do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná (Seab).

Os principais produtores de crisântemos são as cidades de Umuarama, Uniflor, Marialva, Pinhalão e Londrina. Londrina destaca-se ainda pela produção de mudas de árvores para urbanização.
A floricultura do Paraná produz ainda orquídeas que renderam, em 2007, R$ 1,872 milhão; rosas (R$ 1,468 milhão), beijo americano (R$ 1,423 milhão), gérberas (R$ 1,287 milhão) e boca de leão (R$ 465 mil).
Consumo — O consumo de flores e plantas ornamentais no mercado brasileiro ainda é menor do que em muitos países. No Brasil, as pessoas gastam, em média, US$ 9 por ano com flores, enquanto os europeus e norte-americanos consomem US$ 60 e US$ 40 por ano per capita.

As datas comemorativas como dia das mães e dos namorados, Natal e réveillon são períodos em que os brasileiros mais compram flores. A falta de hábito e o baixo poder aquisitivo da população explicam o moderado comércio de flores e plantas ornamentais no País.

A região sudeste concentra a maior parte da produção nacional. Isoladamente, São Paulo responde por 70% do cultivo de flores e plantas ornamentais e é responsável por 50% do consumo.  O Ceará, o Rio Grande do Sul e Santa Catarina são os estados que investem na produção de flores, além da região sudeste. Toda a cadeia produtiva do setor emprega diretamente cerca de 180 mil pessoas e movimenta R$ 700 milhões por ano.

Por causa do câmbio ainda desfavorável, aproximadamente 95% da produção nacional é destinada ao mercado interno. As principais espécies cultivadas no Brasil são as rosas, os crisântemos, as gérberas e os lírios, que pertencem à categoria das flores de corte.
Entre as flores plantadas em vasos, as mais produzidas são as violetas, os crisântemos, as kalanchoes (flor-da-fortuna) e as begônias. Entre as plantas ornamentais, as mais procuradas são as samambaias, avencas e fícus.