A fase não andava boa debaixo das traves. E ficou ainda pior. Em um simples treino com os reservas do São Paulo nesta segunda-feira, em um campo anexo do CT da Barra Funda, o goleiro Rogério Ceni sofreu uma fratura no maléolo do tornozelo esquerdo e ficará quatro meses afastado do futebol.
O lance aconteceu praticamente no final do trabalho. Ao sair com os pés para defender uma bola em disputa com o atacante André Lima, ele prendeu o pé esquerdo no gramado, caiu sobre o tornozelo, causando uma forte torção. Foi possível ouvir os gritos de dor do goleiro.
Ele foi atendido com rapidez e levado ao Reffis. Após examiná-lo, o médico José Sanchez o encaminhou para um hospital para fazer uma radiografia. “O que preocupa é o fato dele estar sentindo muita dor. O Rogério tem uma tolerância maior do que os outros jogadores neste tipo de situação”, afirmou Sanchez, nada otimista, às 17h01.
Às 18h05, o diagnóstico pessimista foi confirmado. O goleiro sofreu mesmo uma fratura no tornozelo e terá que passar por intervenção cirúrgica. A data do procedimento ainda não está marcada, mas, em casos como este, ela precisa ser feita o mais breve possível.
A princípio, o tempo de recuperação é de quatro meses. A única certeza é que o capitão são-paulino nunca ficou um período tão grande sem jogar. Por conta da lesão, Rogério Ceni ficará fora da Libertadores, do restante do Campeonato Paulista e dos primeiros meses do Campeonato Brasileiro, que terá seu início em maio. Por conta da fratura, Rogério terá de colocar pino no local.
Essa é a terceira contusão que o goleiro, que não costuma ficar fora nem de jogos-treino, sofre neste ano. Antes, havia sentido um estiramento muscular na coxa esquerda no início do Paulistão. Parecia que não seria nada grave, voltou a campo em uma semana, mas sentiu nova fisgada e ficou outros 15 dias afastado.
“É difícil determinar um período exato. Normalmente são quatro meses para correção de uma fratura óssea, mas podem ser três ou cinco, depende muito do jogador”, afirmou o superintendente de futebol Marco Aurélio Cunha, que é médico e ajudou no atendimento do goleiro. “Estava estacionando meu carro no CT quando aconteceu. Fui direto atendê-lo”, contou.
A MAIS GRAVE – A verdade é que o capitão são-paulino nunca ficou um período tão longo sem jogar. O maior afastamento ocorreu no começo de 2006, quando Rogério ficou parado por um pouco mais de um mês. Naquela oportunidade, ele passou por uma artroscopia no joelho esquerdo.
A contusão de Rogério Ceni vem justamente no momento em que ele estava sendo bastante criticado por suas últimas atuações nos jogos. Ele falhou nos dois gols do empate contra o São Caetano por 2 a 2, no que sofreu contra o Defensor Sporting na vitória por 2 a 1 e, no clássico contra o Corinthians, cometeu erros que não costumar cometer.
“Ele cometeu erros que todos nos cometemos. Mas sua competência não pode ser colocada em jogo”, afirmou o volante Hernanes.