Região Norte da Capital é uma das mais procuradas para novos empreendimentos atualmente (Franklin de Freitas)

Até março de 2023, a Secretaria Municipal do Urbanismo emitiu 42 alvarás para construção de habitação coletiva. A média até agora é de uma emissão deste tipo de alvará a cada dois dias. Alvará de Construção é o documento expedido pela prefeitura que atesta que uma obra está dentro dos parâmetros do município. No ano passado, Curitiba teve um aumento na venda de unidades residenciais em imóveis verticais.

Em 2022, foram emitidos 138 alvarás para construção de moradias coletivas em Curitiba. Essas construções resultaram em mais de 7 mil novas unidades residenciais. Segundo levantamento feito pela Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), o mercado de apartamentos em Curitiba cresceu 14% em comparação a 2021. Na capital, 7.773 unidades residenciais foram colocadas no mercado de janeiro a novembro de 2022. Na mesma época de 2021, 6.818 apartamentos novos foram lançados em Curitiba.

Os bairros com mais liberações para construção de moradias coletivas foram Bacacheri, Mossunguê e Santa Cândida. Quanto ao número de unidades residenciais, Santa Cândida fica em primeiro lugar, com 1.408. Outros bairros com novas unidades residenciais são Umbará (864), Bacacheri (521) e Novo Mundo (471).

O vice-presidente de áreas técnicas do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon-PR) Sergio Buerger, pós-graduado pela Universidade Estadual de São Paulo (USP), analisa os dados lembrando que bairros com mais liberação para construção de moradias coletivas recebem os alvarás porque ainda têm espaço. “O que está por trás do princípio da verticalização (aumento da construção de prédios) é o interesse do município em fazer com que aquele investimento feito por toda a sociedade (em determinada área) seja usado e seja amortizado por muito mais gente.” Na opinião do especialista, verticalizar uma cidade é uma forma benéfica de investir na urbanização e crescimento da cidade.

Quanto aos bairros com mais alvarás de construção, Buerger afirma que todas as decisões emanam do Poder Público e têm critérios muito específicos para cada região. Sendo assim, se há liberação, é porque há interesse na construção dos prédios. O bairro Mossunguê, por exemplo, abrange a região da Ecoville, cuja área está em crescimento há quase 20 anos e possui grandes terrenos. “É natural que bairros como este (Ecoville) tenham mais aprovações de construções verticalizadas, porque ainda existe um estoque grande de terrenos a serem desenvolvidos”, afirma o vice-presidente do Sinduscon-PR.

Venda de imóveis também está em alta
Em Curitiba, além da construção, a venda de residências em imóveis verticais também aumentou em 2022. Segundo a Ademi-PR, a venda desse tipo de imóvel aumentou 22,9% no último ano. O presidente da associação, Luiz Gustavo Salvático, conta que esse crescimento não era esperado. “Durante a pandemia, o mercado imobiliário deu um boom. As famílias que ficaram confinadas, vivendo muito tempo no seu imóvel, tinham vontade de morar em lugares melhores. No entanto, a Ademi-PR estimava que o crescimento iria parar com a normalização das condições sanitárias. Fomos surpreendidos em 2022.”

Questionado quanto a preferência dos clientes, Salvático afirma que a normalização da rotina pós-pandemia fez com que as pessoas voltassem a procurar imóveis verticais pela proximidade com o centro da cidade. Isso pode explicar o aumento da venda de unidades residenciais em edifícios no ano de 2022.
Sergio Buerger, do Sinduscon-PR, também relembrou que imóveis verticais contam com aspectos que chamam atenção em relação a casas. “A vista, evidentemente, é algo que chama atenção do cliente ao comprar um apartamento. Além disso, os condomínios verticais geralmente são mais centralizados, e alguns ainda têm estruturas muito bem construídas para bem-estar.”

Buerger, no entanto, diz que é difícil afirmar se Curitiba, ou qualquer outra cidade, está tendendo para um ‘aumento de verticalização’. “Temos um público que prefere imóveis horizontais, e outro que prefere os apartamentos. O que podemos dizer é que a verticalização é um fato, uma tendência e acontece em praticamente todas as cidades.”

No Paraná
Segundo dados do Sinduscon-PR, diferente da capital, as unidades verticais lançadas registraram aumento de apenas 2% em 2022 no Paraná.

Energia solar
Programa da Copel incentiva geração fotovoltaica em espaços públicos e privados

A geração fotovoltaica de energia está cada vez mais presente no cenário brasileiro e no Paraná recebe o incentivo do Programa de Eficiência Energética da Copel. Aliada à troca de equipamentos que consomem muita energia por outros mais modernos e eficientes, a implantação de sistemas solares para a geração de energia tem auxiliado instalações públicas e privadas a economizar na conta de luz.

Atualmente, estão em andamento 111 projetos, que resultarão em energia limpa gerada por meio de placas instaladas nos telhados de hospitais, universidades, prédios públicos, indústrias, cooperativas agropecuárias e condomínios residenciais.

Desde 2014, quando o programa da Copel passou a permitir a instalação de unidades de geração em projetos de eficiência energética, já se somam R$ 200 milhões destinados a ações que contemplam a implantação de plantas produtoras de energia renovável, em projetos já concluídos ou em execução. Eles permitirão um acréscimo ao sistema de distribuição de energia que passa dos 20 megawatts de potência instalada, o equivalente ao consumo médio mensal de até 21 mil residências paranaenses.