Marca de um período de grande desenvolvimento para Curitiba e região, grandes chaminés resistem ao tempo e se incorporaram à paisagem tanto na Capital quanto em cidades vizinhas. Estruturas robustas de tijolos que chegam a ter mais de 30 metros de altura, é possível ao visitante encontrá-las em parques e em trilhas, onde se transformaram em atrações.

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Em Curitiba, o visitante vai descobri-las destacando-se entre árvores no Parque Barigui, no Parque Passaúna e também no Parque São Lourenço. No Bacacheri, fazem um pano de fundo de um empreendimento gastronômico. Em Piraquara, é um dos atrativos de um passeio pelos Mananciais da Serra, onde emerge de dentro da barragem de Piraquara I.

Elas estão ai, e contam história. São o que restaram de um tempo em que a região dava um dos seus saltos de desenvolvimento, e serviam a olarias e indústrias variadas, que ainda tinham na queima de lenha e carvão o seu principal combustível.

Em Curitiba, as chaminés viraram quase um símbolo das olarias. Isso porque eram muitas. A partir da década e 1930, criou-se um grande polo oleiro que compreendia os bairros do Umbará, Tatuquara, Campo Santana, Caximba e Ganchinho. Este pólo se tronou um dos principais fornecedores de tijolos na a expansão urbana de Curitiba e parte do Paraná, atividade que se intensificou nos anos 1940, 50 e 60.

Outro representante desta época de ouro das olarias está no Bairro do Bacacheri, onde foi fundada a Cerâmica Colle e suas chaminés. Centenárias, as chaminés hoje dividem espaço com um empreendimento gastronômico, a Ca’dore, Comida Descomplicada, que reúne num só local várias instalações gourmet.

Da mesma forma, as chaminés ainda existentes na paisagem dos parques Barigui e Passaúna remontam aos tempos das olarias. Preservadas, se sobressaem diante do visitante. No Passaúna, é possível vê-las do mirante que tem mais de 60 metros acima das águas da barragem. No Barigui, as instalações da antiga olaria é usada como academia da Secretaria de Esporte e Lazer.

Nem só tijolos — Mas nem só chaminés de olarias continuam preservadads. No Parque São Lourenço a chaminé no parque pertencia a fábrica de cola e beneficiamento de couro. A velha fábrica, cuja chaminé de tijolos à vista pode ser avistada de longe — e seu maquinário — hoje transformado em esculturas, formam o Centro de Criatividade.

 

Estruturas são aproveitadas

As estruturas que compõem as antigas isnstalações das olarias e fábricas nos parques de Curitiba são bem aproveitadas atualmente. No Parque São Lourenço, o prédio da antiga fábrica de cola e beneficiamento de couro Boutin hoje abriga o Centro de Criatividade, que funciona como um laboratório de criação, com diversos ateliês e cursos das mais variadas modalidades artísticas.

No Parque Barigui, ao lado da chaminé gigante, o prédio onde funcionava uma olaria hoje é usada como uma academia de ginástica aberta para a população, sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer. Os dois locais ainda são bem procurados para sessões de fotografia.

Fora a utilidade prática de uso como equipamentos públicos, as chaminés ainda em pé ajudam a contar e guardar a história da cidade, de uma importante era na construção de Curitiba e cidades vizinhas.

 

Em Piraquara, estrutura emerge das águas

Em março, a região conhecida como Mananciais da Serra, em Piraquara, foi aberta para a população. Junto à Serra do Mar e ao Parque Estadual do Marumbi, o local permite a observação de natureza preservada, ar fresco, muito verde, além de trilhas e caminhadas. Também é possível conhecer no local as primeiras obras de saneamento do estado do Paraná, iniciadas em 1904 e que foram utilizadas para abastecer com água tratada parte da Capital e cidades vizinhas até 2014.

Entre as trilhas e passeios dos mananciais, está a Trilha da Chaminé, com 1,5 km de extensão. O caminho é dentro da mata fechada. No final, a trilha abre com muita luminosidade e há uma vista com uma chaminé dentro da Barragem de Piraquara I. Os visitantes imaginam que ali havia uma olaria. Mas, na verdade, era parte do antigo sistema de abastecimento de água que funcionava ali, explica o técnico em patrimônio histórico da Sanepar, Manoel Santos.

O Programa de Visitas aos Mananciais da Serra é realizado pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Prefeitura Municipal de Piraquara, Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e Parque Estadual do Marumbi. Há local para estacionamento de carros e é necessário fazer um cadastro na entrada.
A próxima data para visitação é 8 e 9 de abril. As visitas começam às 8h30 e são gratuitas. A entrada é permitida até as 16h. Às 17h30, os passeios são encerrados.