
Além do Brasil, a quinta-feira marcará a estreia de outra seleção sul-americana na Copa do Mundo do Catar. A partir das 10h, o Uruguai encara com a Coreia do Sul pelo Grupo H, que ainda conta com Portugal e Gana. Presente nos últimos mata-mata, os uruguaios querem manter a tradição, e apostarão em uma mescla de veteranos com uma nova geração, enquanto os coreanos buscam surpreender novamente. A partida será realizada na cidade de Al Rayyan, no Estádio Cidade da Educação, que tem capacidade para cerca de 45 mil torcedores.
Bicampeão mundial, em 1930 e 1950, o Uruguai voltou a ter uma boa sequência em Copas do Mundo após não participar em 2006. Nas últimas três edições, chegou até as semifinais, oitavas e quartas de final, respectivamente. Em seus últimos amistosos, realizados em setembro, perdeu para o Irã, por 1 a 0, e venceu o Canadá, por 2 a 0.
A Coreia do Sul, apesar de cair na fase de grupos na maioria das vezes, não fica fora da Copa desde 1982. Seus melhores resultados foram em 2022, quando chegou às semifinais, e em 2010, última vez que chegou ao mata-mata, nas oitavas de final. Na última edição, na Rússia, causou surpresa ao vencer a Alemanha, campeã em 2014, por 2 a 0. Nos dois últimos amistosos, superou Camarões e Islândia, ambos por 1 a 0.
O Uruguai dá início a uma nova era após a saída do técnico Óscar Tabárez, que ficou no cargo por 15 anos. Em dezembro de 2021, foi substituído por Diego Alonso, de 47 anos, que convocou um elenco bem dividido entre experiência e juventude. Fernando Muslera, Diego Godín, Martín Cáceres, Luis Suárez e Edinson Cavani estão na quarta Copa do Mundo.
Apesar dos nomes conhecidos, Tabárez indicou que pode mandar como titulares nada menos do que seis estreantes em Copas: Rochet, Olivera, Valverde, Nicolás de la Cruz, Pellistri e Darwin Núñez. O principal deles é o meia Valverde, que vem se destacando no Real Madrid. Outros dois destaques jogam no Brasil: o meia Arrascaeta, do Flamengo, e o atacante Canobbio, do Athletico-PR.
Alonso pregou respeito ao time coreano e destacou a importância de vencer o primeiro jogo, que é sempre mais tenso. “A Coreia não é só o Son. Nós o respeitamos muito, mas eles têm também outros jogadores. É um time muito bem treinado. Um bom mundial começa por vencer o primeiro jogo. Todo o resto vem depois. É o jogo mais importante”, frisou.
Mesmo com os elogios adversários, Son é realmente o grande nome da Coreia do Sul, mas é uma das preocupações do técnico português Paulo Bento, no comando desde 2018. Isso porque o craque do Tottenham fraturou o rosto nos primeiros dias deste mês, passou por cirurgia e precisará usar uma máscara protetora para atuar.
Son, porém, não estará sozinho e terá companheiros que também atuam na Europa. Formará o setor criativo com Lee Jae-sung, do Mainz, da Alemanha, Hwang Hee-chan, do Wolverhampton, da Inglaterra, e Jeong Woo-yeong, do Freiburg, da Alemanha. Outro nome importante no sistema coreano é o experiente Jung Woo-young, de 32 anos, que terá a missão de comandar a marcação no meio-campo.
Paulo Bento fez elogios ao Uruguai e admitiu que não há obrigação da Coreia do Sul chegar ao mata-mata, embora este seja o desejo de todos. “O Uruguai é um time extremamente bem organizado e temos de estar ao nível muito alto para competir. Não somos uma equipe que se classifica sempre ao mata-mata, não existe essa pressão. Vamos focar primeiro no Uruguai, depois pensamos nos demais adversários”, avisou.