São esperados 70 mil turistas do País e do mundo na festa que colore de azul e vermelho, de 25 a 27 de junho, uma pequena ilha à margem direita do rio Amazonas. Parintins, a 400 quilômetros de Manaus, abriga há 45 anos o festival do Boi Bumbá, inspirado no Bumba Meu Boi de São Luis (MA), mas com nuances indígenas exclusivas, como o pajé sempre majestoso presente nas danças dos Bois Garantido (o vermelho) e Caprichoso (o azul).

Do carnaval, a inspiração vem com as seminuas cunhãs-porangas (a mulher mais bonita da tribo, em tupi). Em troca, o carnaval do Rio e de São Paulo importam a tecnologia espetacular dos nativos na confecção e uso dos gigantescos carros das alegorias dos bois

Boa parte dos turistas já chegou à cidade, aproveitando a ida à festa para usar o pitoresco transporte fluvial, em viagens de 12 a 24 horas, dormindo em redes amarradas no convés. Segundo operadoras de turismo, quem quer ir de avião conta com poucas vagas nos próximos dias e nenhuma opção de hotel. Aos turistas de última hora, resta procurar a já tradicional hospedagem em casas de parintinenses, sem o conforto hoteleiro, mas com preços baixos e a chance de conviver com uma família típica torcedora de um dos bois.

A festa dura três dias pelas ruas da cidade, entrando pelas noites e madrugadas, já no bumbódromo. Com capacidade para 35 mil pessoas, o bumbódromo de Parintins, construído em 1988, é em formato de arena para facilitar a visão de todos os torcedores, com o palco central da ópera amazônica de 15 horas de duração nas três noites.

Durante os dias da festa, a cidade se colore com as duas cores e os nativos começam a competição sem violência, desde as roupas e maquiagem até os enfeites nas ruas, comércio local e hotéis. Os turistas sempre entram na “disputa” e saem da cidade batizados com o coração vermelho do Garantido ou a estrela azul do Caprichoso.

No ano passado, a cidade também entrou no ciberespaço. Além de espaços nas redes como Orkut e Facebook, também foi criado o Boikut, a comunidade para os apaixonados pelo boi de Parintins, com entrada livre aos interessados.