Levantamento da Paraná Pesquisas divulgado na quinta-feira pela direção regional do Partido Progressista (PP) sobre a corrida sucessória estadual confirma o favoritismo do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), que lidera as intenções de voto para o governo, seguido de perto pelo senador Osmar Dias (PDT). De acordo com o instituto, que ouviu 2530 eleitores, Beto aparece com 45,49% da preferência do eleitorado, contra 38,66% de Osmar; 4,86% do vice-governador Orlando Pessuti (PMDB); e 1,74% do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo (PT).
Sem o tucano na disputa, o senador do PDT garante praticamente a vitória se a eleição fosse hoje, com 68,7% das intenções de voto, contra 7,98% de Pessuti, 7,75% do deputado federal Gustavo  Fruet (PSDB), e 1,82% do ex-prefeito de Guarapuava, Vitor Hugo Burko (PV). O levantamento não incluiu na simulação o senador Alvaro Dias (PSDB) – que ao lado de Beto também é um forte potencial candidato tucano ao governo. Em pesquisa anterior, do Datafolha, divulgada no final de março, Alvaro apareceu com 39% das intenções de voto, contra 27% de Osmar. Beto Richa tinha os mesmos 39%, contra 31% de Osmar.
Para o diretor da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, os números confirmam a tendência de polarização da disputa entre Beto e Osmar. “O jogo é perigoso para os dois, pois qualquer um deles, se perder, volta para casa”, avaliou, referindo-se ao fato de que o tucano teria que deixar a prefeitura faltando quase três anos para o fim do mandato. Já Osmar, que está no final do mandato para o Senado, trocaria uma reeleição tranquila por uma incerta eleição para o governo.
Já o deputado federal e presidente do PP paranaense, Ricardo Barros, o resultado reforça a avaliação de que Beto deveria manter a aliança com Osmar e apoiar a candidatura do pedetista, ao invés de se arriscar na disputa. “Com essa pequena diferença, acho que dificilmente o Beto deixa a prefeitura”, diz.
Barros é pré-candidato ao Senado – cargo para o qual estão em jogo duas vagas na eleição do ano que vem. E torce para que Beto não dispute o governo, abrindo caminho para a eleição de Osmar, já que se o pedetista disputar a reeleição para o Senado, as duas vagas estariam praticamente definidas em seu favor e no do governador Roberto Requião (PMDB). O peemedebista lidera com folga a corrida para o Senado, com 51,98% das intenções de voto, seguido pela presidente do PT paranaense, Gleisi Hoffmann, com 26,8%; o deputado Gustavo Fruet (PSDB), com 22,09%; o senador Flávio Arns (PT), com 21,98%. Barros aparece em quinto, com 18,97%. “Fiquei muito surpreso. Não tenho feito campanha, só entre as lideranças. Estou no páreo”, comemorou o deputado do PP.
O parlamentar justifica a não inclusão de Alvaro no levantamento alegando que o senador “não tem o controle do PSDB estadual”, por isso, teria dificuldades de emplacar sua candidatura. “E ele não vai disputar com o irmão”, alegou Barros.
Apesar da torcida para que Beto não saia candidato e apóie Osmar, o próprio dirigente considera essa hipótese pouco provável. “Não tenho esperanças de que isso aconteça”, admitiu, prevendo que o mais provável é que Osmar enfrente o candidato do PSDB, buscando uma aliança com o PT.
Osmar preferiu não comentar os resultados. Alegou que desde a eleição de 2006, quando as pesquisas apontaram números desfavoráveis a sua candidatura que não se confirmaram nas urnas, ele decidiu não comentar esse tipo de levantamento.