CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – O ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) foi preso preventivamente nesta sexta (25) por ordem da Justiça Federal do Paraná.
Ele é investigado na chamada Operação Integração, deflagrada no ano passado no âmbito da Lava Jato e que investigou a concessão de rodovias federais no estado.
O tucano deixou o governo do Paraná em abril do ano passado e perdeu a eleição para o Senado. Richa já havia sido investigado e preso em 2018 e sempre negou as suspeitas.
O Ministério Público Federal acusa Richa de ter movimentado R$ 2,7 milhões de propina em espécie. Segundo o juiz federal Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Federal de Curitiba, as provas demonstram que o ex-governador praticou atos de ofício para beneficiar as concessionárias de pedágio no Paraná em troca de dinheiro.
A investigação lista três operações imobiliárias suspeitas da família Richa, entre elas a aquisição de conjuntos comerciais em Curitiba, com pagamento de R$ 600 mil em dinheiro.
O juiz afirma que as transações não foram antecedidas de saques e que nem a empresa nem os familiares de Richa tinham saldo ou atividade que justificasse recebimento desses valores.
“Tais circunstâncias reforçam as suspeitas de que as altas somas de dinheiro em espécie utilizadas nas aquisições imobiliárias tenham sido provenientes do dinheiro das concessionárias de pedágio”, escreve o juiz.
Em nota, a defesa do ex-governador afirmou que a ordem de prisão se baseia em ilações e em “fatos absolutamente requentados, carentes de qualquer comprovação”.
Richa afirma que prestou todos os esclarecimentos e que “não resta qualquer dúvida quanto à regularidade de todas as condutas praticadas no exercício de suas funções”.