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O técnico Mauricio Barbieri, que vai assumir o Athletico (Foto: Daniel Ramalho / Vasco)

A contratação do técnico Maurício Barbieri pelo Athletico, na segunda-feira (16), engrossa uma tradição estabelecida na “nova Era Petraglia” – a partir de 2012, quando Mario Celso Petraglia voltou a ser o homem-forte do clube após um hiato de três anos causado pela gestão de Marcos Malucelli. A tradição é iniciar as temporadas com um técnico recém-contratado, jovem, com potencial, mas sem tanta rodagem. Barbieri foi apresentado ao clube nesta terça-feira (17).

Barbieri, de 43 anos, ficou dois anos no Bragantino (de 2020 a 2022) e levou o time à final da Copa Sul-Americana de 2021 – perdeu a final para o próprio Athletico. Também passou por Flamengo e Vasco, em períodos que duraram pouco. Seu perfil é similar ao de vários outros treinadores que iniciaram temporadas no Furacão desde 2012.

A lista tem nomes como Fernando Diniz. Seu primeiro time de Série A na carreira foi o Athletico, em 2018, quando ele tinha 43 anos. No mesmo ano, Tiago Nunes (35 anos na época) comandou a equipe de aspirantes. E substituiu Diniz quando este caiu. A diretoria manteve Nunes como técnico da equipe principal para 2019 e trouxe Rafael Guanaes para o time de aspirantes. Guanaes dirigiu o Operário de Ponta Grossa em 2024. Em 2023, Paulo Turra, auxiliar de Luiz Felipe Scolari desde 2016, foi efetivado no comando do Athletico, em sua primeira experiência como treinador de um time de primeira divisão. Nunes, Guanaes e Turra conseguiram o título estadual em suas temporadas.

Outros nomes do mesmo perfil são o português António Oliveira, que assumiu em 2021, quando tinha 38 anos. Ou Alberto Valentim, campeão da Sul-Americana em 2021 aos 46 anos e que foi mantido para o começo de 2022.

Alguns, por sua vez, tiveram destinos diferentes como treinadores, casos de Arthur Bernardes (sem trabalhar desde 2018), Petkovic (só foi treinador de 2014 a 2017), Marcelo Vilhena (enveredou para metodologia esportiva), Cristóvão Borges (somou só quatro trabalhos desde que deixou o Athletico, em 2016) e Eduardo Barros (desde 2022 acompanha Fernando Diniz como seu auxiliar). Ricardo Drubscky, por sua vez, fez sua carreira em times de menor expressão e tem poucos clubes de Série A no currículo.

A rigor, o Athletico iniciou temporadas apenas quatro vezes com técnicos experientes. Em 2012, o técnico era Juan Ramon Carrasco, que havia dirigido a seleção do Uruguai. Em 2017, foi a vez de Paulo Autuori, que chegou com dois títulos de Copa Libertadores no currículo. Em 2020, Dorival Júnior (ex-Coritiba, Santos, Palmeiras, Internacional, Flamengo) era o comandante. Por fim, em 2024, o Athletico iniciou o ano com o colombiano Juan Carlos Osorio, ex-São Paulo e que dirigiu a seleção do México em 2018.

Desde 2012, o Athletico manteve apenas três treinadores do ano anterior. Cristóvão Borges, que havia dirigido o time no Brasileirão de 2015, ficou para o ano seguinte, mas acabou demitido em março de 2016. Tiago Nunes, efetivado em 2018, só saiu ao fim de 2019. Alberto Valentim, campeão da “Sula” em 2021, ficou até a primeira rodada do Brasileirão 2021, quando o time levou 4 a 0 do São Paulo.

Técnicos que iniciaram a temporada no comando do Athletico na “nova era Petraglia”

  • 2012 Juan Ramon Carrasco
  • 2013 Arthur Bernardes (sub-23) e Ricardo Drubscky (time principal)
  • 2014 Petkovic (sub-23) e Miguel Angel Portugal (time principal)
  • 2015 Marcelo Vilhena (sub-23) e Claudinei Oliveira (time principal)
  • 2016 Cristóvão Borges
  • 2017 Paulo Autuori
  • 2018 Tiago Nunes (sub-23) e Fernando Diniz
  • 2019 Rafael Guanaes (aspirantes) e Tiago Nunes
  • 2020 Eduardo Barros (aspirante) e Dorival Júnior
  • 2021 António Oliveira
  • 2022 Alberto Valentim
  • 2023 Paulo Turra
  • 2024 Juan Carlos Osorio
  • 2025 Maurício Barbieri